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Católicos enfrentam frio e
garoa por Paixão de Cristo

Cerca de 3.000 pessoas compareceram ao local para assistir
de perto cenas da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
30/03/2013 | 07:00
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Nem mesmo a garoa fina e o vento forte foram capazes de tirar o brilho ou espantar o público da tradicional encenação da Paixão de Cristo na Paróquia Senhor do Bonfim, em Santo André, na noite de ontem. Cerca de 3.000 pessoas compareceram ao local para acompanhar de perto cenas da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Neste ano, além de convidar a comunidade a seguir sua vocação, o diretor da peça, Irivaldo Tadeu Cristofali, mais conhecido como Vado, ousou ao trazer diálogo de Cristo com o povo no fim. "É a primeira vez que Jesus fala após ressuscitar", destaca. Outro diferencial está no cenário e no figurino. Ao invés do tradicional palácio do imperador romano Pilatos, foi levada em conta a vida rústica de Simão Pedro, pescador chamado por Jesus para edificar a Igreja. Foi ele quem deu o tom da 13ª encenação do grupo da paróquia.

Além de iluminação e telão com transmissão em tempo real, a apresentação teve músicas ao vivo e coreografias. "Todas as canções foram compostas pelo Ministério de Música da comunidade", ressalta Vado. No fim, após se acenderem as luzes e o público aplaudir, fogos de artifício fecharam o espetáculo.

Para encarar o papel de Pedro, Floriano Bueno, 64 anos, destaca o trabalho de pesquisa e preparação espiritual. Esta é a 12ª vez que ele participa do espetáculo. "Já fui sacerdote, João Evangelista, Caifás."

O ator Antônio Cesar Arado, 44, assumiu pela segunda vez como protagonista da encenação. "Não é nada fácil ser Jesus. É muita responsabilidade", garante.

Segundo ele para ajudar na concentração, desde o primeiro ensaio o grupo de 85 atores - todos da comunidade - e cerca de 80 voluntários já começam a chamá-lo de Jesus.

ESPETÁCULO

A peça teatral começou pontualmente às 20h30 e narrou partes da trajetória de Jesus Cristo. A primeira cena, no entanto, teve Pedro como protagonista. Ele foi liberto das correntes dos soldados por um anjo que o chamou a caminhar e ser pescador de homens.

A partir daí, atores encenaram desde o chamado de Jesus a Pedro durante uma pescaria até caminhada sobre as águas, a última ceia, lava-pés e o drama vivido por Cristo e os apóstolos momentos antes de o Messias ser entregue aos soldados romanos por Judas Iscariotes.

Após ter sido açoitado e receber manto e coroa de espinhos, o ponto alto da peça é a caminhada de Jesus por entre a multidão. Ele carregou a cruz em meio aos fiéis que acompanhavam atentos a cada cena. "Venho todos os anos e desta vez estou aqui especialmente para ver meu neto, que participa da ala das crianças", afirma a doméstica Idalina Aparecida de Oliveira, 62, que trouxe a família para acompanhar a apresentação.

O casal Wagner Inácio da Silva, 46, e Elizabete Camargo da Silva, 44, chegou com uma hora e meia de antecedência para conseguir lugar próximo ao palco. "Faz três anos que a gente não perde. É muito bom", diz a dona de casa.

Chamou a atenção ainda a encenação da morte de Pedro. O apóstolo foi pregado na cruz de ponta cabeça. 
Na última cena, quando Jesus aparece para os apóstolos durante pescaria e os manda jogar a rede novamente ao mar, peixes de verdade foram pescados. Antes de subir ao céu, é feito convite para que o público o siga e propague a fé cristã.




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