Economia Titulo AIE
Produção de biocombustíveis deve desacelerar em 2009
11/04/2009 | 07:06
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Após vários anos de crescimento rápido, a produção de biocombustíveis vai desacelerar fortemente em 2009, prevê a AIE (Agência Internacional de Energia). O resultado seria pior não fosse a oferta do Brasil, único país que teve projeções elevadas pela entidade.

Conforme o relatório mensal divulgado nesta semana, em Paris, diversos motivos conspiram para limitar a oferta e a viabilidade da indústria mundial de biocombustíveis: os preços mais baixos do petróleo, as restrições de crédito, o suporte governamental divergente e a queda das previsões para demanda de combustível para transporte.

A AIE reduziu sua estimativa para a produção global de biocombustíveis neste ano em 220 mil bpd (barris por dia), o que levará a um crescimento de 6,6% em relação a 2008 (ou alta de 95 mil bpd), bem menor do que o avanço de 31,5% no ano anterior, quando 345 mil bdp foram adicionados ao mercado. A produção global deve passar de cerca de 1,4 milhão de bpd no ano passado para perto de 1,5 milhão de bdp em 2009.

A desaceleração vem principalmente dos Estados Unidos e da Europa, já que a América Latina conseguirá melhor resultado em função da produção brasileira. A agência elevou a previsão para a oferta do Brasil em 100 mil barris por dia - no ano passado, a produção nacional ficou em torno de 460 mil bpd.

Mesmo assim, a entidade aponta dificuldades no País e cita o anúncio feito pela Unica (União da Indústria de Cana de Açúcar), no mês passado, de que somente 15 a 20 usinas entrarão em operação neste ano, abaixo das 35 previstas inicialmente.

"Os biocombustíveis têm sido mais afetados pela desaceleração econômica e os baixos preços do petróleo do que a produção de óleo cru fora da Opep", avalia a AIE. De acordo com a agência, entre 15% e 20% da capacidade total de produção de etanol dos Estados Unidos, de 800 mil bpd, foi perdida e o restante está operando abaixo do potencial. A oferta atual norte-americana está perto de 630 mil bpd e a previsão para este ano foi rebaixada em 115 mil bpd.

A entidade acredita que os EUA irão, no máximo, atingir as metas de uso de combustíveis renováveis, implementadas pelo programa de combustíveis renováveis, podendo até mesmo ficar abaixo delas.

Na Europa, a produção de biodiesel deve ficar estagnada, apesar da decisão recente de colocar taxação sobre o produto importado dos Estados Unidos. "As importações de itens de custos mais baixos na América Latina e Ásia devem provavelmente repor esses volumes, ao contrário da produção doméstica", pontua a AIE.




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