Apesar de em Mauá o Orçamento Participativo não possuir a mesma força encontrada nas administrações petistas de outras cidades, como Santo André e Diadema, onde os munícipes eram responsáveis por eleger demandas que obrigatoriamente eram inclusas no Orçamento do ano subsequente, o secretário de Governo José Luiz Cassimiro nega que o projeto não tenha força no direcionamento de projetos na peça orçamentária.

"É claro que o projeto tem peso. Foi por meio do OP que aprovamos a área do shopping e a Fatec. Debatemos em conjunto com a população a importância dos projetos. É claro que é relevante."

Cassimiro diz que as 18 plenárias do OP, já realizadas na cidade, colaboram para que a população entenda as dificuldades que o prefeito Oswaldo Dias (PT) enfrentará durante a gestão. "As pessoas se mostram interessadas na saúde financeira de Mauá e dispostas a debater saídas", esclareceu.

Homem-forte do governo petista e articulador da Prefeitura na Câmara, Cassimiro reconhece que os problemas de Mauá tem dificultado a articulação de propostas. "Existem inúmeras dificuldades no governo, mas o OP tem sido ótimo. Temos tido muito retorno."

Participação popular - Neste ano, o prefeito aproveita os encontros para discursar sobre a dívida deixada pelo ex-prefeito Leonel Damo (PV) - segunda a administração, superior aos R$ 217 milhões - e as dificuldades em restabelecer a ordem nas contas do Executivo.

A pauta de Oswaldo engloba a falta de medicamentos, a situação do Hospital Municipal Radamés Nardini, e demora na instalação de projetos em parceria com o governo estadual. Além do discurso, Oswaldo ouve críticas e responde a perguntas da população. As plenárias devem acontecer até o fim de abril.

Cassimiro ressalta que o debate direto com o prefeito demonstra o interesse na "gestão democrática e popular". "Não temos a contabilidade geral, mas reunimos mais de 10 mil pessoas durante todos os encontros", diz.