Política Titulo Em 2006
Projeto de 1 milhão de casas era de Gilson
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
16/03/2009 | 07:04
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O primeiro prefeito do PT do Brasil e atual vice-prefeito de Diadema, Gilson Menezes (PSC), propôs em 2006 - quando pertencia ao PCdoB - a construção de 1 milhão de moradias para diminuir em pelo menos 15% o déficit habitacional no País. Na época, a proposta foi satirizada. Três anos depois, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lança nacionalmente, provavelmente no dia 23, o programa habitacional nos mesmos moldes para a população de baixa renda.

Durante recente cerimônia de inauguração de linha de transmissão em Florianópolis, Lula disse que lançará "talvez o mais ousado programa do nosso governo, que é a construção de 1 milhão de casas populares neste País".

Ousadia demonstrada por Gilson há três anos. Com custo de R$ 15 mil por unidade, o projeto era de construção de casas de 50 m² compostas por dois dormitórios, sala, cozinha e banheiro. E entregue pintada e com piso.

Pelo projeto habitacional do ex-prefeito, o governo federal investiria R$ 15 bilhões, para em quatro anos, erguer o total de moradias.

LINHA DA POBREZA - A ideia da proposta era atender prioritariamente a famílias consideradas abaixo da linha de pobreza, de acordo com Gilson. Na época, o objetivo do ex-prefeito era levar o projeto ao presidente Lula, o que acabou não ocorrendo. "Deixei o projeto para a executiva do PCdoB encaminhar para o Lula, mas não sei o que deu. Agora, houve essa feliz coincidência", afirmou Gilson.

A Casa Civil não confirmou ontem se o projeto foi encaminhado.

Gilson ressaltou que muita gente o chamou de "louco" ao propor a construção de 1 milhão de unidades habitacionais. "É possível sim. Os governos estadual e municial doariam os terrenos. O governo federal construiria as moradias por meio de cooperativas", afirmou.

A União ainda não informou o valor de cada unidade popular. Porém, o vice-prefeito disse que deve ser 20% a mais dos R$ 15 mil propostos em 2006, o que representa R$ 18 mil. O investimento total seria da ordem de R$ 18 bilhões.

No projeto de Gilson, a cobrança seria simbólica, exatamente como ocorrerá com o projeto de Lula. "Os mutuários na faixa entre zero e três salários mínimos (R$ 1.395) pagarão uma prestação muito aquém do preço de mercado, ou seja, simbólica", revelou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, durante seminário em São Bernardo na quarta-feira.

O presidente afirmou ainda que, antes, tem de conversar com os governadores, empresários e movimentos sociais e de moradias, a fim de que o programa comece a funcionar rapidamente. "Só posso garantir que o dinheiro nós temos", disse Lula, durante o discurso em Santa Catarina.

Unidades deverão estar concluídas entre 2009 e 2010

Com déficit habitacional de 7,5 milhões no País, o programa do governo federal que irá construir 1 milhão de unidades está em fase final. As casas, que terão 40 m² de área, serão erguidas entre 2009 e 2010.

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que o projeto será dividido em três fases de mutuários: de zero a três salários mínimos; de três a cinco salários mínimos e de cinco a dez salários mínimos.

A segunda fase terá um subsídio do governo, não revelado pela ministra. Já os mutuários que se encaixarem entre cinco e dez salários mínimos receberão "estímulo", de acordo com Dilma.

Além de ser um programa de moradia e de inclusão social, também irá gerar mão de obra, emprego e alavancar a economia, de acordo com a ministra-chefe da Casa Civil.

O programa habitacional envolverá ainda a iniciativa privada (construtoras). A Caixa Econômica Federal deve ser a financiadora do projeto habitacional, que será batizado com nome especial.




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