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Governo pede livros didáticos de volta
Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
01/01/2009 | 07:02
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É hora de devolver livros didáticos. Mesmo em férias, o governo federal convoca estudantes de todo o País a entregar, nas escolas, o material usado durante o ano letivo. Segundo normas do Ministério da Educação, cada unidade deve durar três anos para alunos dos ensinos Fundamental e Médio. No Grande ABC, as perdas estimadas são de 11,4%, pouco abaixo da média nacional (13%), puxada pelo Norte, onde o desperdício chega a 16,5%.

O percentual regional é considerado satisfatório, mas o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) avisa que dados maiores representam prejuízo à educação. Isso porque o governo não reabastece escolas que ultrapassam o desperdício calculado.

"Temos uma reserva, mas se houver perdas muito maiores, os alunos ficarão sem livros. É por isso que promovemos campanhas de conscientização. Todos precisam praticar os cuidados necessários", diz a coordenadora geral dos programas do livro, Sônia Schwartz.

Em São Bernardo, Micaela Ingrid Vasconcelos Coelho, 10 anos, já aprendeu. Aluna do quarto ano do Ensino Fundamental, segue à risca os conselhos recebidos na escola. "Toda vez que tenho uma atividade, em casa, procuro fazer em local limpo, longe de comida para não sujar meu livro. Logo que acabo, coloco na bolsa para preservar. Já devolvi todos que usei este ano. Estão novos", garante.

A estratégia para convencer os alunos está anexada na contracapa de todos os volumes. Há três espaços em branco para nomes. "A ideia é que o próximo a usar saiba quem já cuidou daquele livro. Assim, cada um sabe da sua responsabilidade. O sistema funciona, mas deve ser feito em conjunto com os pais. Eles até assinam um termo de compromisso no começo do ano", conta a professora Claudia Regina Oliveira.

Após período de uso, obras costumam ser doadas a bibliotecas

Após os três anos de uso, os governos municipais e estaduais ficam liberados para escolher o destino final do material. Bibliotecas e instituições de ensino são as mais requisitadas. De acordo com a quantidade, os livros devolvidos podem ser usados para recorte, em atividades escolares ou de brincadeira.

Fazer deste processo uma diversão ajuda ainda mais na conscientização dos estudantes brasileiros. A obrigatoriedade da devolução é amenizada com atividades desenvolvidas por professores e determinações de diretores escolares. "Sei de colégios que organizam provas com consulta, ao final do ano, apenas para que os alunos tenham de levar os livros à escola. Funciona", completa a coordenadora geral dos programas federais do livro, Sônia Schwartz.

Este ano, o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) planeja fazer nova pesquisa para reavaliar a adesão ao sistema e conhecer novos artifícios utilizados pelas escolas. Para quem ainda precisa devolver, o prazo se estende até o início das aulas do próximo ano. 




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