Cultura & Lazer Titulo Malhação
Chega de sofrimento
Mariana Trigo
Da TV Press
14/10/2008 | 07:05
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Sophie Charlotte assume que está exausta com as aflições de Angelina. Afinal, desde que a estreante em Malhação começou a protagonizar a novelinha, Sophie já gravou uma infinidade de sofridas cenas, nas quais se debulhava em lágrimas. Em poucos meses, a personagem perdeu a mãe adotiva - Conceição, vivida por Zezé Barbosa -, ficou grávida sem querer e, ao decidir enfrentar a gestação, teve uma gravidez de risco e agora deixa de se divertir com os amigos para cuidar do recém-nascido.

Um histórico quase de novela mexicana para ser exibido no final da tarde, mas que, ao menos, tem o mérito de ser um alerta sobre a gravidez entre adolescentes. "Não tem sido fácil viver essa personagem. O mais legal é que a trama não mostra só a questão da gravidez, que poderia ser resolvida com o aborto, mas alerta os jovens das conseqüências, que é cuidar de um bebê", ressalta a atriz.

Com um leve sotaque alemão, de quem nasceu e cresceu em Hamburgo até os nove anos de idade, Sophie também comemora tantas transformações na personagem que está no ar há um ano. Na pele da menina pobre, que estuda num colégio de classe média alta - pela sorte de ter conseguido uma bolsa -, a atriz se confessa cada vez mais boquiaberta com a quantidade de jovens que sofrem de problemas semelhantes aos da personagem. "Sou muito abordada por mulheres de 24, 25 anos, que têm filhos de cinco a sete anos e já passaram por isso. Espero que essas informações cheguem até o interior do Brasil, onde as meninas ficam grávidas muito cedo", torce, com ares de maturidade.

Aos 19 anos, a atriz se mostra cada vez mais determinada em seguir esta carreira. Tanto que fez três anos de aulas de teatro no Tablado e dois períodos de Arte Dramática na UniverCidade, no Rio, mas teve de trancar no início das gravações. "Assim que terminar Malhação, volto correndo para a faculdade", planeja, sem deixar pistas se sua personagem vai continuar na próxima temporada. "Na hora certa, as pessoas vão saber. Também não falo sobre meu contrato com a Globo. Prefiro não criar expectativas", avisa, como se tratasse de um assunto muito sigiloso.

Persistência - Na verdade, Sophie parece ter conseguido entrar em Malhação pelo cansaço. Ficou seis anos consecutivos fazendo testes para diversas novelas e, principalmente, para o folhetim. Até, finalmente, conseguir um papel nesta temporada. Pelo menos, a recompensa foi interessante: conseguiu ‘angariar' uma protagonista. "Queria muito entrar em Malhação porque é a produção que tem mais adolescentes, é onde seria mais fácil ter um papel. Por isso, fiz tantos testes. Mas, quando era menor, fazia testes para os papéis infantis", justifica, meio sem graça pelo desejo de nove entre dez adolescentes que atuam, que é fazer parte do elenco da novela jovem.

A todo momento, Sophie parece tentar passar a imagem de uma mulher adulta. Afinal, segundo ela, já não mora com seus pais e paga suas contas. Mérito de quem finalmente conseguiu uma personagem fixa na TV após breves passagens por produções, como Páginas da Vida, onde viveu a bailarina Joyce, uma das amigas de Giselle, de Pérola Faria. Mas sua estréia como atriz foi mais lúdica. Ela viveu a princesa Cinderela no Sítio do Picapau Amarelo, na Globo, em 2006. "Tive de cortar o cordão umbilical. No início, pedi para minha mãe parar de me ligar para me acordar de manhã. Tinha de crescer de uma vez", conforma-se.

Alemanha - Com mãe alemã e pai brasileiro, Sophie Charlotte cresceu no meio de duas culturas absolutamente distintas. Mas conseguiu achar uma espécie de ‘interseção' entre os ensinamentos germânicos, nos quais ela foi alfabetizada, e os costumes da terra paterna.

No Brasil desde os nove anos, a atriz começou a se interessar por arte e aprendeu a tocar piano por influência de seu avô materno Kurt, que é cantor lírico. "Ele também veio morar no Brasil com a gente e me dá aulas de canto até hoje. Torço para um dia poder usar mais o canto em um trabalho como atriz", anima-se Sophie, que só fala alemão quando fica na casa dos pais.




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