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BNDES cria subsidiária internacional
23/05/2008 | 07:00
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O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, disse que o banco ainda "não constituiu nenhuma subsidiária internacional".

"O BNDES está em processo de criação de uma subsidiária internacional para poder operar em moeda forte, apoiando o desenvolvimento de exportações brasileiras ou a internacionalização de empresas brasileiras", disse.

Coutinho não quis comentar se o banco estaria planejando uma emissão de títulos no Exterior. Na última quarta-feira, uma fonte ouvida pela agência Dow Jones informou que o BNDES planeja captar US$ 1 bilhão com a emissão de bônus no Exterior.

"Sobre esse assunto (dos títulos) eu não posso falar", disse. Mas negou a existência de uma suposta subsidiária sediada nas Ilhas Cayman. "Isto não é verdadeiro", enfatizou.

 Coutinho disse que para abrir uma subsidiária é preciso ter autorização do Banco

Central.

"E temos que verificar (questões) do ponto de vista tributário, operacional, fazer escolha de sede. Este é um processo que está em curso, mas não está preparado", explicou, antes de fazer palestra no terceiro encontro anual da Itaú Securities, em Manhattan.

Ele disse também que, no Uruguai, por enquanto o BNDES tem apenas um escritório de representação. "Não é uma subsidiária", afirmou.

Entre as razões citadas por Coutinho para a criação de uma subsidiária internacional há, ironicamente, o reflexo das queixas de empresários e investidores: a carga tributária.

A criação de uma subsidária internacional, afirmou Coutinho, é "racional", pois segundo ele, hoje o BNDES capta recursos no mercado internacional, tem de trazer ao País, incorrendo em tributação, e depois tem de sair outra vez.

Esse processo de tributação pode ser mais eficiente se as operações internacionais estiverem sendo conduzidas por uma subsidiária, que tire proveito da oferta de recursos disponíveis dos fundos, na avaliação do presidente da instituição, que é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

"Além disso, essa subsidiária poderá se beneficiar da criação do Fundo Soberano do Brasil, mas não exclusivamente dele", acrescentou.

O presidente do BNDES disse que o FSB parece "interessante" por dois motivos: primeiro, aumenta na prática o superávit primário em 0,5% e, portanto, tem respaldo fiscal. E segundo, pode minorar a apreciação da taxa de câmbio compartilhando a tarefa de intervenção com o Banco Central.

Coutinho diz que o Fundo é "iniciativa válida", mas pelas condições estruturais do País será de "pequena escala".

"Espero que (o Brasil) caminhe rapidamente para um superávit (fiscal) nominal, e espero que volte a um superávit de conta corrente no futuro".

O presidente da instituição financeira comentou ainda que é de todo racional que o BNDES possa desenvolver operação internacional, disse ao acrescentar que "o investment grade está aí para ser aproveitado por todos".

Críticas não afetam apoio do banco às grandes companhias

Após ouvir as críticas ao FSB, de que as empresas que estão se internacionalizando são grandes e não precisam de subsídio do BNDES, o presidente da instituição Luciano Coutinho respondeu dizendo que o banco apoiaria estas empresas às condições de mercado.

"Se viermos ser clientes do FSB, nós queremos remunerar o Fundo com desempenho muito superior ao que o Brasil obtém (pelas reservas internacionais)", afirmou Coutinho.

Sobre as companhias, o presidente do BNDES avalia que mesmo as empresas brasileiras com bom rating têm, atualmente, dificuldades em acessar o mercado internacional de capitais, na escala desejada, em função da crise bancária.

Segundo ele, o BNDES não quer oferecer recursos "subsidiados" nem fazer operações com baixo desempenho do ponto de vista de rentabilidade.

"Todos precisam entender que não queremos fazer benemerência com recursos do BNDES", concluiu.




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