Esportes Titulo Contra o azarão
Argentina põe tradição
à prova diante da Suíça

Equipe de Lionel Messi encara um dos melhores ataques do Mundial, às 13h desta terça, na Capital

Por Thiago Bassan
Do Diário do Grande ABC
01/07/2014 | 07:27
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Estadão Conteúdo


A história das Copas do Mundo aponta dois títulos mundiais para a Argentina e apenas campanhas regulares da Suíça. Entretanto, para não correrem o risco de serem surpreendidos por um azarão, da mesma maneira que ocorreu com outras campeãs, como Itália e Inglaterra, os hermanos pregam atenção total para a partida de hoje, às 13h, na Arena Corinthians, pelas oitavas de final. Quem passar deste confronto enfrentará o vencedor de Bélgica x Estados Unidos, sábado, em Brasília.

 O duelo de hoje colocará frente a frente o futebol aguerrido dos sul-americanos, que têm no meia Messi a principal arma, contra o ataque dinâmico dos europeus, que marcaram sete gols em três jogos. 

 Como prega a velha máxima em confrontos decisivos, o mistério prevalece em ambas as equipes. Nenhum dos treinadores (Alejandro Sabella, da Argentina, e Ottmar Hitzfeld, da Suíça) adiantou qual será o time que irá a campo. A única novidade deve ser a entrada de Lavezzi no lugar de Aguero. 

 Certo mesmo é que o duelo colocará à prova o futebol ainda não convincente dos argentinos e a chance que os suíços terão de encerrar incômodo jejum. Desde 1954, a equipe europeia não avança às quartas de final de uma Copa do Mundo. 

 Precavido, o técnico da Argentina destacou a importância da partida. Sabella disse que o momento agora é de evitar erros. “ O grupo está muito animado. Além disso, é uma outra etapa, na qual não há margem para erro. Na primeira fase, dá para errar e recuperar. Agora, é muito mais difícil. Temos que estar muito concentrados, ter equilíbrio. Os erros agora custam mais caro”, analisou. 

 Entre os suíços, o fato de o esquema defensivo ter se encaixado perfeitamente na vitória por 3 a 0 sobre Honduras, na última rodada, caiu nas graças de um de seus principais jogadores. O meia Mehmedi, que teve mais liberdade para atuar no duelo, torce para que o técnico repita a formação. 

 “Foi uma decisão do treinador e acho que funcionou, com essa troca de posicionamento com o Shaqiri. Precisamos jogar parecido com o que fizemos contra Honduras. Saber se fechar bem na defesa e sair em velocidade no contra-ataque. É um sistema que pode funcionar contra a Argentina”, afirmou Mehmedi.  

Sabella mostra bom humor, mas pede equilíbrio contra europeus

 Nem parecia que o técnico da Argentina, Alejandro Sabella, teria pela frente uma partida decisiva em plena Copa do Mundo. Bem-humorado, o treinador recordou o período que passou pelo Corinthians como auxiliar técnico de Daniel Passarella. Disse, aos risos, que agora, infelizmente, é treinador, e no mesmo tom, afirmou que não atenderia ligação por volta da meia-noite para que revelasse a escalação de sua equipe. 

 Depois, com um ar um pouco mais sério, Sabella destacou que nas fases decisivas prevalece o fator emocional. E espera que seus jogadores tenham equilíbrio em campo. “Além da técnica, quando falamos de futebol em alto rendimento, o equilíbrio é fundamental, é um fator vital. Obviamente que há ainda a parte tática, técnica, mas acho que a parte física, por conta do calor e o estado de ânimo, é fundamental. Estava vendo Brasil e Chile e falava-se muito da parte emocional, que é importante neste momento. Alguém já disse que um grama de neurônio pesa mais do que um quilo de músculo”, analisou ele. 

 Quando questionado sobre falhas de sua equipe no torneio, Sabella reconheceu alguns cometidos pelos atletas. “Eu nunca quis que a minha equipe deixasse muitos espaços entre a defesa e o ataque. Às vezes, nos separamos porque temos atacantes muito rápidos. Quando saímos de forma vertical, isso acontece, mas o futebol moderno exige que as equipes estejam próximas”, destacou ele. 

 Sabella não usou nem mesmo a rivalidade entre Brasil e Argentina como pretexto extra para que sua equipe possa ganhar o Mundial. O treinador descartou que vencer a Copa no país rival teria gosto especial. “Ganhar uma Copa é uma motivação, sem dúvidas. Há muitos anos não vencemos. Essa é a motivação principal. Buscar outra marca pode ser entrar em comentários que podem ser mal-interpretados. 

Hitzfeld fala em ver país entrar para a história

A chance de fazer história no futebol mundial e eliminar a Argentina é o que move a Suíça em busca da classificação para as quartas de final da Copa do Mundo. O técnico alemão Ottmar Hitzfeld disse que até mesmo a preparação de sua equipe para essa partida tem sido diferente. 

 “Acho que eu me preparo da mesma forma para todos os jogos, mas aqui é uma Copa do Mundo. De fato, para mim é um ponto alto testemunhar esta Copa. É uma grande oportunidade para o futebol suíço se desenvolver e uma chance de fazer história, ficando entre as oito melhores seleções. Estamos jogando contra a Argentina, duas vezes campeã, é um grande desafio. É algo muito especial e que estamos prontos”, disse o treinador. 

 Nem mesmo o fato de ter que encarar pela frente um dos melhores jogadores do mundo, o meia Messi, deixa o técnico desconfiado em relação ao futebol de seus atletas. 

 “Toda defesa terá problemas quando enfrentar Messi. Mas os problemas estão aí para serem resolvidos. Confio nos jogadores da defesa e no time todo”, acrescentou o técnico. 

 Hitzfeld acredita em apoio extra na Arena Corinthians. O treinador espera ter o incentivo dos torcedores brasileiros hoje. “Acredito que, de fato, os torcedores neutros, do Brasil, vão apoiar a Suíça, pois sempre há uma grande rivalidade com a Argentina”, destacou. 

 Já o meia Gokhan Inler minimizou o fator torcida. “Na realidade, a torcida no estádio é de muita importância, mas, em campo, são os 22 jogadores que decidem. Só nós podemos fazer um bom jogo, porque a torcida não vai ao gramado”, disse o jogador.




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