A greve na Prol Editora Gráfica, de Diadema, chegou ao fim ontem, às 14h. Após assembleia, os funcionários concordaram com a proposta da empresa de realizar os pagamentos das férias atrasadas, das multas por atraso e da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) em pagamentos únicos. Antes, a companhia queria parcelar essas dívidas trabalhistas em até oito vezes, um dos motivos que levaram os funcionários a cruzar os braços na quarta-feira. “Sobre a PLR (R$ 1.144), a Prol se prontificou em pagar em parcela única no dia 30 de julho”, destacou o presidente do Stigabc (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas do Grande ABC), Isaías Karrara.

Sobre as férias atrasadas, destacou o sindicalista, serão pagas de imediato, para uma vencida, e as outras duas que já deveriam ter sido liquidadas chegarão nas mãos de 30 pessoas por mês. O meio oficial de offset Willian Barros, 32 anos, é um dos funcionários que têm férias atrasadas. Ele disse que a situação é complicada porque trabalha direto há três anos e três meses. Está há dez anos na empresa. Em situação parecida está o cortador trilateral Miguel Arcanjo da Silva, 49 anos. Ele não tira férias há dois anos e sete meses.

Karrara destacou que os adiantamentos dos salários previstos para o dia 20 que não saíram, motivo que mais estimulou a greve, serão regularizados. “Mas a empresa não vai recolher o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) que está em atraso. Portanto, já estamos cobrando na Justiça, em processo, a penhora de bens para liquidar essa dívida.”

O diretor-presidente da Prol, Eduardo de Carvalho Filho, disse que já entrou com pedido de recuperação judicial, tem expectativa de que seja aprovado em agosto, e que a empresa liquidará todas as dívidas trabalhistas imediatas para, depois, depositar o FGTS dos funcionários.