Aliados do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), estão descontentes com a pressão exercida pelo Paço para apoiarem a pré-candidatura a deputado federal do vereador Márcio da Farmácia (PV), postulante governista no pleito.

A cobrança tem sido efetuada em algumas reuniões da cúpula do governo com os aliados. O objetivo é angariar o máximo de apoiadores ao verde, um dos articuladores de Lauro no Legislativo.
O assunto não é comentado abertamente, mas a insatisfação atinge principalmente o PR, que possui quatro representantes na Câmara.

A sigla começou a legislatura na oposição ao governo Lauro, mas migrou para a base governista em março do ano passado. A mudança de postura ocorreu após reunião da direção da sigla com o deputado estadual Alex Manente (PPS).

Posteriormente, os republicanos passaram a ocupar espaço no primeiro escalão do governo. O presidente do diretório local da sigla, José Carlos Gonçalves, é titular da Pasta de Transportes.
Márcio da Farmácia minimizou a polêmica com os situacionistas. “Não existe esse negócio de pressão. Tenho conversado com os vereadores, mas de uma maneira tranquila, e a adesão tem sido boa”, afirmou o parlamentar, que deve formalizar no próximo mês a licença da Câmara para se dedicar exclusivamente à eleição.

Com a saída momentânea do veraedor, José Hudsomar Rodrigues Jardim, o Zé do Bloco, primeiro suplente do PV, volta a assumir assento do Legislativo.

Mas, enquanto o pré-candidato prega paz entre os aliados, a oficialização de sua pré-candidatua gerou crise entre Lauro e a vice-prefeita, Silvana Guarnieri (PTB).

Também pré-candidata à Câmara Federal, ela insiste no projeto político apesar da desaprovação do prefeito, que não esconde a predileção pela candidatura do verde.

Licenciada da Pasta de Assistência Social para se dedicar ao pleito, ela indicou petebistas ao cargo, mas Lauro decidiu efetivar Neide Felicidade, que exercia a função interinamente.

ESTRATÉGIA
O parlamentar Márcio da Farmácia comandava a Secretaria de Obras até março, quando deixou o posto para pleitear assento na Câmara dos Deputados.

Vereador mais votado de Diadema em 2008, com 6.319 votos, ele não repetiu o feito quatro anos depois, registrando 4.966 sufrágios. Mesmo assim, foi o mais votado entre os correligionários eleitos em 2012.

Com bom trânsito entre os vereadores, inclusive da oposição, Márcio tem candidatura vista como estratégica para minar a intenção do ex-prefeito Mário Reali (PT) de ser deputado federal.

O duelo eleitoral entre os dois demonstra que a rivalidade entre as duas siglas ainda ecoa na cidade. Um eventual fracasso de Reali na eleição pode minimizar a possibilidade de ele voltar a disputar o Paço em 2016.