Os cientistas descobriram recentemente um exoplaneta (que está fora do Sistema Solar) com características parecidas com as da Terra. Ele ganhou o nome de Kepler-186f porque foi descoberto pela sonda Kepler. Como o exoplaneta foi o sexto elemento daquela parte do universo a ser descoberto, adicionaram a letra F (sexta do alfabeto) no final de seu nome.

Tem tamanho aproximado ao da Terra e está dentro da zona de habitabilidade (região que oferece condições para desenvolvimento de vida). Acredita-se que possua água em estado líquido em sua superfície. Segundo estudiosos, por causa de tudo isso é possível a existência de organismos no local, como bactérias e fungos.

Outros fatores necessários para que tenha vida em um planeta são a camada de proteção contra raios solares e elementos químicos, como carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio.

O Kepler-186f gira em torno de uma estrela-anã chamada Kepler-186, com metade do tamanho e da massa do nosso sol. O exoplaneta leva 130 dias para dar volta completa nela. Está localizado na constelação do Cisne, a 500 anos-luz da Terra. Significa que para chegar lá é preciso viajar esse tempão na velocidade da luz, que é muitíssimo rápida.

MISSÃO ESPACIAL - Corpos celestes têm sido descobertos fora do Sistema Solar desde os anos 1980, quando estudiosos deram início à busca por exoplanetas. Na opinião de cientistas, há muitos outros semelhantes ao Kepler-186f, mas estão a uma distância tão grande que ainda não é possível enviar sondas espaciais (naves sem tripulação usadas para explorar o universo) para lá.

Sonda Kepler fez muitas descobertas

A Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) deu início à missão Kepler em 2009 para procurar planetas fora do Sistema Solar. Recebeu esse nome em homenagem ao astrônomo alemão Johannes Kepler, conhecido pelas descobertas relacionadas ao universo.

A sonda registrou mais de 300 estrelas e 715 planetas em regiões parecidas com o Sistema Solar. Em 2011, descobriu o Kepler-10b, menor corpo celeste já visto fora do nosso sistema. Ele gira em torno da estrela Kepler 10, que fica a 564 anos-luz da Terra. No mesmo ano, registrou o Kepler 16-b, que circula ao redor de duas estrelas, parecido com o planeta Tatooine, da saga Star Wars.

A missão da sonda terminou em 2013, mas teve tantos registros que os cientistas ainda não conseguiram analisar todo o conteúdo. Por isso, é permitido que pessoas comuns ajudem a estudar esses corpos celestes por meio do site (em inglês) www.planethunters.org. Para participar tem de fazer teste on-line.

Saiba mais

No total, 1.786 exoplanetas já foram encontrados, e esse número aumenta cada vez mais. Em 2014, cientistas já fizeram sete vezes mais descobertas do que nos anos anteriores.

Apesar de existir água em Marte, não é possível ter vida lá porque a atmosfera não permite que fique no estado líquido.

Mercúrio é mais próximo do sol, mas Vênus é mais quente porque tem grande efeito estufa.

Yashmin Lembo Peniche, 11 anos, de São Caetano, sabe que os cientistas encontraram um planeta parecido com o nosso e acredita que existam muitos outros como ele. A menina aprendeu na aula de Geografia que, no Sistema Solar, apenas a Terra pode ter vida. “Não tem oxigênio suficiente nos outros.” No entanto, ouviu dizer que seres vivos (como bactérias) podem ser encontrados em algumas partes do universo. Se pudesse ir para o espaço, Yashmin gostaria de visitar Júpiter e conhecer seus anéis. “Vi uma foto. É muito bonito.” Ela acha, porém, que é muito difícil ser astronauta. “Teria de passar vários dias viajando.”

Consultoria de Marcos Calil, coordenador científico do Planetário e Teatro Digital de Santo André, na Sabina.