Setecidades Titulo Lixo reciclável
Entrega voluntária arrecada mais que porta a porta

Em São Bernardo, pontos de descarte acumulam 190 ton por mês; coleta domiciliar é ampliada

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
07/03/2014 | 07:00
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O volume de lixo reciclável entregue voluntariamente pela população nos pontos de arrecadação espalhados por São Bernardo ainda é maior que a quantidade de material coletado porta a porta. Enquanto a cidade arrecada cerca de 190 toneladas por mês de materiais como jornais, papelões, revistas, garrafas, latas de alumínio e vidros nas praças de descarte, nos sete bairros onde o serviço de coleta seletiva já teve início são recolhidas 150 toneladas.

Conforme explica o secretário de Serviços Urbanos da cidade, Tarcísio Secoli, o volume de material reciclado na cidade em comparação com o total de resíduos produzidos foi ampliado de 0,98% para 1,76% desde o início dos trabalhos, há nove meses. “Dobrou, mas é pouco ainda. Até o fim do mês vamos reciclar 1,9% do total de lixo produzido. Nossa meta é chegar a 6% até o fim do ano e 10% no começo de 2017”, diz.

Segundo ele, leva tempo até que a comunidade se adapte à medida e crie cultura de separação dos resíduos. “Hoje coletamos cerca de 30 toneladas de resíduos secos no Rudge Ramos, o que equivale a três vezes mais do que era coletado no início da ação. Mas isso aconteceu depois de várias campanhas e divulgação”, comenta o secretário.

Na manhã de ontem, a Prefeitura estendeu o programa de coleta seletiva porta a porta ao bairro Anchieta. Os moradores poderão descartar o lixo seco todas as sextas-feiras, a partir das 8h. No início da próxima semana, o serviço será levado ao bairro Planalto, todas às segundas-feiras. Os dois bairros somam cerca de 13 mil residências e a expectativa é que sejam coletadas cerca de 30 toneladas de resíduos secos por mês.

Com os dois novos pontos, subiu para nove o número de bairros que recebem coleta seletiva porta a porta no município. A meta da administração é atingir toda a cidade (70 bairros) até dezembro. O programa foi implantado inicialmente no Rudge Ramos e, posteriormente, estendido para Pauliceia e Jordanópolis. Neste ano, a ação chegou aos bairros Nosso Senhor do Bonfim, Fei Mizuho, Parque Selecta e Taboão.

BENEFÍCIOS

Para a balconista e moradora do bairro Anchieta há 12 anos Maria José dos Santos, 40 anos, a iniciativa é positiva, desde que a população colabore. “Já tenho a cultura de separar o lixo e descartar nos pontos de coleta e agora vai facilitar nossa vida porque não vamos nem sair de casa”, observa. O pensamento da munícipe é compartilhado por Secoli. “Dobrar como dobramos é muito fácil, agora redobrar para 3,5% é que é trabalho difícil e que depende de campanhas de conscientização e participação da sociedade”, considera.

O lixo coletado segue para duas cooperativas, que têm 130 trabalhadores. “No mês de abril daremos início ao serviço em mais bairros para aumentar a produção de forma geral e a produtividade dos cooperados”, acrescenta Secoli.

Prefeitura terá de realizar duas audiências públicas sobre usina

Prometida para ter as obras iniciadas no ano passado, a usina de incineração de lixo de São Bernardo ainda não tem data para sair do papel. A construção depende da emissão de licença por parte da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) e a expectativa é de que a autorização seja concedida até o fim do ano. Isso porque o Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) solicitou a realização de duas audiências públicas para a discussão do assunto, uma em São Bernardo e outra em Diadema, ambas em abril.

Os encontros serão realizados no dia 1º de abril no Teatro Lauro Gomes e no dia 3 de abril na sede do sindicato dos metalúrgicos de Diadema. De acordo com Secoli, a determinação do órgão estadual leva em conta que o espaço recebia lixo das duas cidades.

A estimativa é que 100% do lixo úmido possa ser incinerado início até o início de 2016, e transformado em energia elétrica. Até lá, a administração terá de debater o tema amplamente. “Ainda temos resistência e deve ter muita provocação por parte do MP (Ministério Público), algo normal para que se entenda o processo de incineração”, diz.
 




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