A Justiça de Ribeirão Pires condenou ontem Alessandra Pereira da Silva, 24 anos, e Valdenei Aparecido de Azevedo, 43, pelo assassinato de Nícolas Silva, espancado até a morte pelo casal em 2011.

O menino, que é filho de Alessandra, tinha 2 anos. Ela foi condenada a 36 anos de prisão e Azevedo, o padrasto, a 32.

O julgamento teve início às 10h30 e terminou por volta das 20h30. O tribunal do juri acatou a acusação apresentada pelo Ministério Público, de que ambos haviam cometido homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e meio cruel. “A pena de Alessandra é maior por se tratar de crime contra descendente”, explicou o promotor de Justiça Geraldo Márcio Gonçalves Mendes, que atuou no caso.

A criança foi encontrada morta na manhã de 13 de novembro por um primo de Azevedo, que acionou a polícia. Testemunhas contaram que Nícolas era constantemente agredido e que o casal já havia sido denunciado inúmeras vezes ao Conselho Tutelar, mas nenhuma providência fora tomada.

O assassinato revoltou vizinhos e parentes. No dia do flagrante, eles permaneceram o dia todo em frente à delegacia da cidade, na tentativa de agredir o casal. Uma das mais exaltadas era a filha de Azevedo, que defendia a prisão do pai. Foi necessário reforço policial para evitar o linchamento. Alessandra e Azevedo eram usuários de crack, segundo familiares. Nícolas era criado pela avó materna na cidade de Promissão, no Interior. Sete meses antes de ser assassinado, veio morar com a mãe e o padrasto em Ribeirão Pires.