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Projeto apresenta música clássica a crianças

Estudantes de comunidade católica em São Bernardo têm aulas de violino e coral

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
20/10/2013 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 Com o sonho de formar uma orquestra, o músico e empresário do ramo de casamentos, Douglas Leite, 31 anos, deu vida ao Projeto Plural há dois anos. Graças à parceria com a comunidade da Paróquia São João Batista, no Rudge Ramos, em São Bernardo, crianças e jovens têm oportunidade de aprender gratuitamente noções de canto e tocar instrumentos, como violino.

Tudo começou com a formação de coral com jovens do próprio bairro. E, aos poucos, vai ganhando corpo. “No início tínhamos 10 alunos que eram da catequese e o pessoal foi se interessando”, destacou Leite. Hoje, o grupo conta com aproximadamente 30 pessoas, divididas entre as aulas realizadas às terças-feiras e aos sábados durante 1h30. Os aprendizes são divididos em grupos de no máximo oito componentes para facilitar o aprendizado.

A ideia do músico é ensinar a prática de instrumentos de cordas friccionadas, como violino, viola clássica, violoncelo e contrabaixo acústico. “O objetivo não é que eles se tornem músicos profissionais, mas adquiram formação cultural”, observou Leite. No geral, o grupo promove duas apresentações por ano: uma no Dia das Crianças e outra no Natal, ambas na própria paróquia. Os alunos também participam das missas. O repertório é composto basicamente por músicas clássicas e sacras, normalmente pouco conhecidas entre os estudantes.

O primeiro instrumento introduzido ao grupo de aprendizado foi o violino, há um ano. Os objetos foram adquiridos com a verba arrecadada em festas promovidas pela igreja e a partir da doação. Cada um dos violinos destinados aos estudantes custa cerca de R$ 600. “Também aceitamos instrumentos e cordas, por exemplo”, afirmou Leite.

De acordo com o professor, as aulas são realizadas de forma didática. “Desde o primeiro dia a criança já consegue tocar alguma coisa. Aliamos teoria e prática para ficar mais interessante e estimular o aprendizado”, explicou. Segundo ele, entre os benefícios que podem ser observados nos estudantes estão a concentração, facilidade para desenvolver trabalho em equipe, sensibilidade e criatividade.

O grupo está aberto a receber novos participantes. Os interessados precisam ter entre 9 e 16 anos e uma das condições é participar das aulas de coral. “Também fazemos acompanhamento escolar para manter uma disciplina. Acredito que a música, inclusive, colabora com formação intelectual do indivíduo”, comentou o músico.

 

 “Descobri que o violino é minha vocação”, diz aluna

 

O primeiro contato da estudante Jasmine Luz Xavier, 14 anos, com o violino foi há cerca de um ano, na aula promovida pelo Projeto Plural na Paróquia São João Batista. A estudante do 9º ano do Ensino Fundamental destaca que sua primeira impressão ao tocar o instrumento foi a de ter descoberto sua verdadeira vocação. “Percebi que é isso que quero fazer para o resto da vida.”

Apesar de nunca ter tocado violino antes, a jovem comenta que sempre se interessou por música clássica e gostava de ficar acompanhando programas de televisão que mostram apresentações de orquestras. E a garota tímida, moradora do Bairro Rudge Ramos, já se imagina entre os músicos. “Fico sonhando com o futuro e com o dia em que serei reconhecida publicamente por ser uma boa violinista”, revelou Jasmine.

A dedicação dela recebe apoio familiar. A garota ganhou um violino dos pais e passa pelo menos uma hora de seu dia treinando. “Quando estou tocando me sinto diferente. Sempre fui uma pessoa tímida e agora fiz amizade com o pessoal”, destacou a jovem, fã da obra de Beethoven.

 

DIVERSÃO

Para o estudante Rodrigo Ribeiro, 14, tocar violino é uma forma de distração. O adolescente, aluno do 9º ano do Ensino Fundamental, e morador de São Benardo, divide o tempo que sobra após o período escolar entre o vôlei, sua paixão, e as aulas de violino e coral. “Quero ser jogador de vôlei, mas também gosto de ter meu momento sozinho no quarto com o violino para relaxar”, disse.

Na visão do agitado adolescente, a proximidade com o instrumento musical já trouxe benefícios para sua vida, como concentração maior nas aulas, principalmente a de matemática. “Quando vi o violino pela primeira vez achei que nunca aprenderia a tocar, mas logo vi que não é tão difícil”, comentou Rodrigo. 




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