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Mais do que um quadrinho sem vergonha

Quadrinista Gilmar explora o sexo de diferentes maneiras nas páginas do livro De Quatro

Por Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
29/07/2013 | 07:00
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Personagens, situações e até mesmo traços bizarros marcam o trabalho do quadrinista Gilmar, de Santo André. Ele faz do sexo o tema para reunir esse elementos nos pequenos contos presentes em 'De Quatro' (Boitatá, 48 páginas, R$ 14 em média), seu novo livro – o sexto da carreira.

A linha sarcástica e politicamente incorreta é a mesma já apresentada no projeto anterior, 'Ocre – Quadrinhos Não Recomendáveis Para Pessoas Românticas', de 2011. Apesar do título um tanto quanto sugestivo, o termo faz referência às quatro páginas que as 11 histórias possuem. Pode parecer pouco, mas representa um avanço para o autor.

“É meu primeiro passo no quadrinho além da tira. Sempre trabalhei com a limitação das tirinhas e o livro é uma espécie de ousadia, um passo um pouco maior”, explica Gilmar. “Diria que é um trabalho paralelo para dar uma relaxada em relação às pautas diárias com as quais trabalho. Essas edições têm uma cara mais libertária, seja em relação aos assuntos quanto a um passo na minha carreira.”


Para ele, falar de sexo “é bem legal e divertido”. Sem qualquer pudor, as ilustrações trazem homens e mulheres nus, palavrões em meio aos diálogos e desejos bem estranhos dos personagens. Tiradas ácidas marcam as abordagens em relação ao contato com brinquedos sexuais, a desconfiança de uma traição, os extremos da vaidade e a realização do sonho de um borracheiro. “Com o sexo, você mexe com tabus e fala de questões que ainda são pouco abertas. Quando se explora de uma maneira jocosa, sempre gera risos. A graça vem justamente quando falamos de algo com o qual as pessoas se identificam”, afirma.


SELO PRÓPRIO

'De Quatro' é o primeiro exemplar do selo Boitatá, criação de Gilmar em parceria com o amigo Fernandes, ilustrador do Diário (onde o autor também trabalhou). “O mercado editorial hoje está mudando e os quadrinistas estão partindo para esse lado independente. A Boitatá não tem uma grande pretensão, apenas serve para nos identificar”, diz Gilmar. “Ter meu próprio selo me deixa mais tranquilo. Hoje está bem mais fácil de se fazer um livro, principalmente após eu ter passado por experiências anteriores de lançamento. Já sei melhor o que estou fazendo”, completa.


Ainda à procura de parceiros para melhorar a distribuição do livro, o autor planeja lançamentos oficiais em São Paulo, no Salão Internacional de Humor de Piracicaba (em agosto) e no Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte (novembro). 




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