A oposição em Rio Grande da Serra tem buscado referências para firmar sua presença na cabeça do eleitor, de olho na corrida pelo Paço no ano que vem. A estratégia é colar a imagem dos pré-candidatos majoritários a lideranças importantes dos partidos.

O vereador Cláudio Manoel Melo, o Claudinho da Geladeira (PT), não economiza nas fotografias ao lado de caciques petistas. Nas redes sociais, o petista tem postado diversas imagens em eventos partidários. Cida Santos, vice na chapa do parlamentar, também adota a prática.

Na lista de lideranças do PT que posam ao lado do pré-candidato está a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT). "Foram parceiros no decorrer do mandato. A Miriam, por exemplo, foi minha professora no curso para vereador em 1999", lembrou.

O petista admite que a medida é para aproximar o eleitor e revelou qual será a próxima imagem que pretende explorar. "O (Luiz Inácio) Lula (da Silva, ex-presidente) faz parte da nossa história. Assim como a Dilma (Rousseff, presidente) ganhou nos dois turnos da eleição, ele sempre saiu vitorioso", analisou.

Atualmente, Lula está em tratamento contra câncer na laringe. Especialistas garantem que os candidatos que tiverem o apoio do ex-sindicalista terão mais peso no processo eleitoral. Nos próximos dias, o diretório do PT na cidade deve lançar nas ruas boletim com ações do vereador. 

OUTRO EXEMPLO

Outro exemplo na cidade é Valmir Copina, escolhido do PMDB para concorrer à cadeira de prefeito. O principal trabalho dele ultimamente é propagar as benesses que a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB) tem feito na cidade por meio do seu mandato. Neste ano, a parlamentar enviou verbas para construção de uma Unidade Básica de Saúde e angariou mais vagas para creche municipal.

"Queremos mostrar que não é só a situação que ajuda a cidade. Tivemos oportunidade de apresentar a deputada para o município e o mérito acaba sendo nosso também. Não é algo enganoso, pois estamos no projeto da Vanessa", analisou Copina.

O cientista político Rui Tavares Maluf afirmou que a medida de colar imagem do candidato a uma liderança política expressiva em determinado partido é importante para fidelizar nicho específico de eleitorado. "Em geral é muito polarizado esse efeito, pois só atinge aquele que está disposto a votar naquele candidato", analisou.

O especialista alertou que o efeito também é inverso e pode causar a rejeição. "Impacta quem nunca vai votar no determinado candidato", explicou.

Contudo, Maluf ressaltou que grande parte do eleitorado ainda não é atingido pela medida, pois só se preocuparão com o processo eleitoral no ano que vem. "É indiferente. O candidato tem que enviar o material para aqueles que recebem bem o seu projeto político", finalizou.