Política Titulo 25 carros
Câmara de Sto.André
gastará R$ 1 mi com
renovação da frota

Donizeti Pereira alega alto custo com manutenção; há contestação por falta de tratativas

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
22/06/2013 | 06:56
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Ricardo Trida/DGABC


Depois de acordo da mesa diretora, o presidente da Câmara de Santo André, Donizeti Pereira (PV), decidiu pela renovação da frota do Legislativo, arcando com custo no valor aproximado de R$ 1,02 milhão. Os gastos públicos se referem à aquisição de 25 veículos hatch zero-quilômetro, sendo um por gabinete e outros quatro para o departamento administrativo. Desde maio em trâmite na Casa, o estudo de impacto financeiro está em fase final de elaboração e será colocado em prática em até 90 dias.

O levantamento para substituição da atual frota, ano 2007, já providenciou os primeiros passos para abrir a licitação de compra dos carros novos – hoje são 25 modelos Fiat Palio 1.4 completo. Donizeti justificou que a medida é motivada na alta quilometragem dos veículos, que têm ocasionado despesas excessivas com manutenção. “Está deteriorada e se gasta aproximadamente R$ 70 mil por ano em oficina. Com esse dinheiro, daria para adquirirmos outras duas unidades”, disse o verde.

Em média, os hodômetros dos carros marcam 130 mil quilômetros. O presidente alegou que, recentemente, teve de pedir ajuda para consertar um carro do parlamentar Toninho de Jesus (DEM) no espaço utilizado pela Prefeitura, atualmente parado. “Tentamos acertar para pagar somente as peças (de reposição), mas agora optamos pela compra”, concluiu o dirigente. A análise orçamentária também avaliou a possibilidade de alugar os veículos, o que foi descartado.

Dentro do pacote de custeio, o verde examina, junto à assessoria técnica-jurídica, a chance de efetuar compra de um veículo automático. “O vereador Luiz Alberto (PT) disse que sofre de deficiência.” O pedido está em apreciação. Após a finalização do certame, os automóveis serão doados para o Paço. A frota contém ainda um Ford Fusion 2.5 completo e um furgão Peugeot Boxer. O presidente garantiu, entretanto, que esses dois carros não serão substituídos, mantendo-os na atual composição.

A decisão do verde gerou insatisfação dos demais colegas. Principalmente porque alegam que não houve até hoje reunião para discutir o assunto. O vereador Almir Cicote (PSB) avaliou que o processo de compra não foi passado aos 21 parlamentares e que não tem “bem fundamentado se a aquisição neste momento é postura mais viável”. “Não sei se o custo é maior com manutenção, se compensa ao erário. Seria necessário, diante disso, discutir o tema em cima de planilha de gastos”, afirmou.

Parte dos vereadores considera que a frota se mantém “em bom estado”. Para Ailton Lima (PTB), o veículo do seu gabinete, herdado de um ex-vereador, continua em excelente condição de uso e, portanto, deveria se repensar a posição. “Não há necessidade de renovar nesta ocasião. O presidente que elegi está fazendo as coisas de modo solitário, isolado. Sou a favor de que se faça economia e tenha zelo pelo dinheiro público, sem gastos desnecessários, como esse.”

No início do ano passado, em período pré-eleitoral, os vereadores recuaram da compra. O então dirigente da Casa, José de Araújo (PMDB), consolidou estudo semelhante e definiu o projeto da renovação da frota. Pouco tempo posterior à repercussão negativa do caso, o peemedebista falou que apenas firmaria o contrato, caso houvesse consenso entre todos os pares. Diante da contrariedade, deixou a decisão para a legislatura seguinte.
 




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