A Macabiada, que começou oficialmente ontem, nos proporciona ótimas oportunidades para visitarmos lugares históricos e turísticos. Como estamos no Berco do Mundo, essas oportunidades se multiplicam.

Domingo fui a Jerusalém, capital política e administrativa de Israel. E depois estive em Belém. Muitos países, inclusive Brasil e Estados Unidos, instalam suas embaixadas em Tel Aviv, porque sabem que Jerusalém e uma terra disputada por judeus e árabes. Para não criar desgastes desnecessários, seus embaixadores trabalham ao nível do mar mediterrâneo.

Para fazer esse tour tive de contratar uma excursão e abrir mão do carro alugado desde que cheguei. É porque desde a concessão para a Autoridade Palestina da área de Belém, os israelenses não podem ultrapassar a fronteira.

Foi bastante interessante. O carro nos pegou no hotel em Tel Aviv e nos levou primeiro para o passeio de Jerusalém com um simpático guia israelense. Depois do almoço fomos até a entrada geográfica de Belém. Ainda em território israelense, um árabe veio a pé nos apanhar e, sem dificuldades, cruzamos a fronteira. Do outro lado estava um carro árabe nos esperando para irmos a igreja da Natividade.

Foi uma emoção incontida voltar ao local onde nasceu o Menino Jesus. Mesmo aqueles que não são católicos não conseguem disfarçar a emoção do ambiente. Aliás, o local tem três templos cristãos: ortodoxo, russo e católico apostólico romano.

Em Jerusalém, passamos pelo Monte Scopus onde está o Monte das Oliveiras. Foi ali que Jesus passou a última noite antes de entrar na Cidade Velha. Ao lado existe o maior cemitério judaico do mundo. Todos os que são ali enterrados esperam encontrar o Messias.

Também do Monte Scopus e possível avistar uma parte das muralhas e a porta por onde passou Jesus.

Fomos à Via Dolorosa e encerramos o passeio católico no Santo Sepulcro, onde estão cinco estações da Via Sacra.Para quem pratica o catolicismo e desnecessário dizer da emoção que contagia a todos. Abstração e emoção dificilmente conseguem ser transmitidas. Só quem vai a um lugar desses consegue entender o que estou tentando dizer.

Do Santo Sepulcro fomos a outro lugar sagrado, desta vez para os judeus: o Muro das Lamentações. A única parte que restou da segunda construção do Templo de Salomão também transmite muita coisa maravilhosa. Talvez a melhor síntese disso é a fé. Não sou judeu, mas fiquei ali um tempo rezando e escrevi uma mensagem colocada entre as pedras.