A Bélgica, que se opõe a um conflito precipitado no Iraque, se uniu este domingo ao projeto franco-alemão para o envio de soldados da Organização das Nações Unidas (ONU) a Bagdá e anunciou que utilizará seu direito de veto para se opor aos Estados Unidos se os americanos pressionarem a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para que a organização apóie o país no caso de uma intervenção militar.

O ministro belga das Relações Exteriores, Louis Michel, denunciou a atitude dos Estados Unidos em relação a seus aliados europeus e acusou o governo americano de querer impor uma "relação de servidão ao chefe".

Michel se declarou "completamente favorável" ao plano franco-alemão, apresentado pelo ministro da Defesa alemão, Peter Struck, e que consistiria no prolongamento da missão dos especialistas da ONU no Iraque, reforçando suas equipes e enviando ao Iraque milhares de oficiais da ONU.

Segundo o chefe da diplomacia belga, o envio de tropas das Nações Unidas "garantiria uma presença e, de certa maneira, a segurança" para evitar que Bagdá reative seu programa de armamento proibido.

Para Michel, "sempre existe uma possibilidade de evitar a guerra". Ele disse que a Bélgica, ao lado de França e Alemanha, vetaria uma resolução da OTAN que aprovasse o pedido americano de ajuda no caso de conflito. "Vamos bloquear tal resolução", declarou Michel.