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Uma nova geração no mercado

Muito se tem comentado sobre as manias, os desafios, as incertezas e as certezas da chamada ‘geração Y’. Mas, afinal, que são essas pessoas?

Cíntia Bortotto
07/03/2011 | 00:00
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Muito se tem comentado sobre as manias, os desafios, as incertezas e as certezas da chamada ‘geração Y'. Mas, afinal, o que são essas pessoas que os especialistas tanto discutem? Por que essa questão está sempre nas rodas de executivos, nos jornais e programas de TV?

A ‘geração Y' é a geração das pessoas nascidas entre os anos de 1978 e meados de 1990. Elas nasceram em um período com a economia mais estável e em uma sociedade que valorizava a infância, um pensamento bastante diferente em relação às gerações anteriores. Assim, acabou-se criando muita proteção por parte dos pais dessas crianças, além da valorização e preservação da autoestima.

Isso fez com que essas pessoas se tornassem mais ‘senhoras de si'. As gerações anteriores nomeiam esse comportamento como ‘mimado', mas, na verdade, a autoestima delas está bastante fortalecida e nem todos sabem lidar com isso. Agora é a época em que grande parte dessa massa nascida nesse período está entrando no mercado de trabalho e no mundo corporativo. Os mais antigos estão tendo de aprender a lidar com eles, e esse é um dos motivos pelos quais a ‘geração Y' tem sido tão comentada.

OS BABY BOOMERS - Mas como era antes da chegada da ‘geração Y'? As pessoas nascidas entre 1946 e 1964 são os chamados baby boomers, que vieram ao mundo no pós-guerra e experimentaram uma fase próspera. Lutaram pela paz, buscaram liderar por consenso. Viram grandes conquistas humanas como a chegada à Lua. Acreditavam que tudo era possível. As pessoas desse período geralmente gostam da ação e preferem foco no curto prazo. Elas tendem a dar mais importância ao trabalho do que à vida pessoal, e acreditam no mundo competitivo. A televisão foi um marco para essa geração, já que eles foram os primeiros a crescer na frente dela.

A GERAÇÃO X - A chamada ‘geração X' engloba os indivíduos nascidos entre os anos de 1965 e 1977 - leva da qual eu faço parte. Viemos ao mundo em um período mais incerto, e assistimos à decadência de vários padrões sociais. Muitos viram ou vivenciaram a separação dos pais, as mulheres assumiram um novo papel na sociedade e no mundo do trabalho, mexendo com toda a configuração familiar padrão.

Muitos ficaram na escola desde bem cedo ou com cuidadoras, não mais com as mães, pois elas estavam trabalhando. Foi a geração que vivenciou e contribuiu ativamente com a invenção de várias tecnologias utilizadas pelas gerações futuras, como a internet e a microinformática. Nós vivenciamos também incertezas relativas ao mundo do trabalho como os grandes processos de demissão na década de 1980. Isso gerou incertezas e a necessidade de planos de contingência. Foi essa geração que começou a pensar no equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Os indivíduos da ‘geração X' lideram por competências e gostam de desafios.

A FAMIGERADA Y - A garotada da ‘geração Y' nasceu em período estável economicamente e em fase de superproteção. Eles foram educados por pessoas que já conheciam conceitos de autoestima e valorizavam muito a infância. Essa geração sempre foi valorizada e acostumada a se sentir especial.

Com recursos tecnológicos disponíveis como internet, celular, wireless, eles tendem a estar sempre conectados e fazendo várias tarefas ao mesmo tempo. Não respeitam tanto a autoridade como as gerações anteriores, pois a colocam à prova e esperam para ouvir a resposta, mas ouvem e ponderam.

Eles acreditam que podem mudar o mundo e têm valores voltados à sociedade, ao meio ambiente. Só concebem trabalho se for equilibrado com a vida pessoal e, se tiverem de escolher, preferem a vida pessoal. Eles não gostam de esperar, querem respostas e ações no aqui e agora, de forma que uma atividade não pode ser igual por mais do que três meses. Não se submetem a atividades que não veem como promissoras a longo prazo. Adoram desafios, amam ver que têm oportunidades e apreciam se sentirem reconhecidos. Gostam de feedbacks constantes. Veem liderança como um exercício de coletividade e inclusão, e entendem que é um processo rotativo, não preso em uma figura. Além disso, são criativos e autocentrados.

Mas quais os desafios, as limitações e as potencialidades dessa geração? Na próxima semana, continuo esse assunto e também anunciarei a próxima geração.... preparem-se! Sigam confiantes e boa sorte!




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