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Consumidores verdes

Apenas 5% da população brasileira tem hábitos ecologicamente corretos

Cláudio Conz
21/06/2012 | 00:00
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Escrevo, nesta semana, diretamente da Rio+20. Muito se tem discutido sobre a construção de uma economia sustentável e nós temos muito o que refletir sobre o assunto. Um dos pontos de destaque durante o encontro foi a questão do consumidor sustentável. Será que seus hábitos de consumo são sustentáveis? De acordo com pesquisa feita no ano passado, apenas 5% da população brasileira tem hábitos ecologicamente corretos em seu consumo. O governo brasileiro está empenhado para que este percentual chegue a 10% nos próximos dez anos.

Outra pesquisa, realizada pela Tetra Pak, revelou que os consumidores ao redor do mundo estão se tornando mais verdes, baseando suas decisões de compra na origem do produto e na questão sustentabilidade. Os países que apresentaram maior mudança positiva foram Alemanha, China, Estados Unidos, França e Brasil.

Consumir conscientemente é mais que tendência, é necessidade. O homo sapiens levou 3,5 milhões de anos para descer da árvore e chegar à cidade. Foram necessários 10 mil anos até a Revolução Industrial, há 200 anos. Nos últimos 20 anos, criou-se mais inovação tecnológica do que em toda a história mundial. Está cada vez menor a janela tecnológica. Precisamos agora aproveitar nosso conhecimento para dar conta de todo o lixo que produzimos e utilizarmos os recursos de maneira mais inteligente. Lembrando que até 2050 teremos que produzir 50% a mais de alimentos e 35% a mais de energia. Sem desenvolvimento sustentável, está claro que não haverá alimento para todos.

Um dos grandes impasses neste contexto está o fato do consumo sustentar o aquecimento da economia na maioria dos países, incluído aí o nosso. Como encontrar a medida certa entre um consumismo exacerbado, a produção do que é necessário, evitando-se o desperdício, ao mesmo tempo em que se mantém o lucro, se gera riqueza e se mantém a economia aquecida?

Outro ponto interessante a se destacar é o novo cálculo apresentado pela ONU - o do Índice de Riqueza Inclusiva, que procura integrar os aspectos sociais e ambientais ao crescimento econômico para medir o grau de desenvolvimento sustentável de um país. Enquanto isso, no Brasil, há proposta de incluir valores sustentáveis para o cálculo do PIB (Produto Interno Bruto).

Muito ainda temos que discutir neste sentido e muitas soluções precisam ser apontadas para que efetivamente possamos criar consumidores verdes, capazes de garantir o futuro das próximas gerações.




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