Setecidades Titulo
Vila Metalúrgica fica isolada quando chove
Fabio Leite
Especial para o Diário
13/01/2006 | 08:23
Compartilhar notícia


Quando chove na parte baixa da Vila Metalúrgica, em Santo André, ninguém entra ou sai em pelo menos cinco ruas. “Só de bote ou a nado”, dizem os moradores. Somente neste ano, a região já foi atingida por três enchentes. Os bueiros não dão conta da vazão da água barrenta que, além de levar sujeira e expor a população à doenças, invade casas e danifica a mobília.

Fato este que já ocorreu na residência da dona-de-casa Malvina Martins da Silva. “A água foi tão forte que estourou meu portão, entrou na minha casa e fez com que eu perdesse todos os móveis”, relata. Moradora há 40 anos da rua Gibraltar, a primeira a ser afetada pela inundação, Malvina conta que já pensa em vender a casa. “Isso aqui vira um mar só”, completa a andreense, apontando para o terreno baldio que fica ao lado de sua casa.

Para evitar um desastre semelhante, a dona-de-casa Maria de Lourdes Ortiz Conte colocou há um ano uma comporta no portão da casa. “Se não tivesse isso, a água invadiria toda a minha casa”, conta. Ela disse ainda que em algumas ocasiões o nível da água já superou um metro de altura.

Resquícios da última inundação, há uma semana, ainda podem ser encontrados em dois terrenos na região. Vizinha de um deles, a professora Rosana Aparecida Salvador de Godoi conta que teve de aterrar seu terreno e erguer a casa para não ser vítima freqüente das enchentes. “Nessa época de chuva então, isso aqui é um inferno”, indigna-se. “Esse problema é bem antigo, de quando eu ainda tinha cabelo preto. Olha que já faz tempo que meus cabelos começaram a ficar brancos”, ironiza o aposentado Anésio SIlva Lima, 77 anos.

De acordo com o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), obras de drenagem orçadas em R$ 7,5 milhões estão sendo executadas na rua Varsóvia com a avenida dos Estados e adjacências para melhorar a vazão das águas. Segundo a empresa, os trabalhos devem terminar em junho e beneficiarão moradores de 17 ruas da região.

O Semasa informou ainda que a primeira parte desta obra já foi concluída em dezembro último, como a construção de um túnel subterrâneo que leva a água pluvial diretamente para o rio Tamanduateí. A empresa garantiu também que as ruas Tóquio, Ana Néri, México, Calcutá, Praga, Alexandria, Gibraltar, Mantova, Capri, Sidnei, Haia e Cartagena passarão por obras de microdrenagem, com reparos na tubulação. Contudo, não estabeleceu uma data para o início dos trabalhos.


 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;