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Novo secretário quer descentralização
Por Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
18/06/2007 | 07:19
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Há menos de uma semana no cargo, o novo secretário da Saúde de São Bernardo, Walter Cordoni, assumiu o compromisso de dar nova cara ao sistema adotado no município. A revolução está prometida para acontecer nas unidades básicas de saúde.

O objetivo é impedir a atual via-sacra por qual muitos pacientes são obrigados a passar em busca de atendimento. A nova filosofia prevê tratamento humanizado, com equipe treinada por profissionais da Fundação de Medicina do ABC, parceira do município na Saúde. O convênio segue forte, com capacitação e atualização científica dos contratados por meio de concurso público.

As mudanças têm data certa para sair do papel: final de 2007. “A população irá sentir as diferenças. Os médicos ficarão mais próximos dos pacientes, a exemplo do que já acontece no Pronto-Socorro Central. Lá, não existem mais macas nos corredores, o atendimento foi reorganizado e o paciente sai satisfeito. Nossos cidadãos merecem isso, um tratamento prestado com dignidade.”

O médico pediatra, nascido na Capital e em ação desde 1977 na Prefeitura de São Bernardo anuncia, ainda, melhorias significativas no Hospital Anchieta e promete não causar novo choque de gestão, como o ocorrido em dezembro de 2005, quando médicos plantonistas da rede pública foram realocados de função e de unidades.

Cordoni afirma que vai trabalhar o diálogo e, se necessário, cortar gastos internos da secretaria de olho no bem-estar da população. A seguir, todos os compromissos firmados em entrevista exclusiva ao Diário.

UBS - Cinco unidades básicas devem receber até o fim do ano centros regionais de especialidades. O atendimento direcionado funcionará nos bairros Alvarenga, Rudge Ramos, Riacho Grande, Silvina e Demarchi. Os espaços, já existentes, serão ampliados para abrigar consultórios de cardiologia, oftalmologia, dermatologia, ortopedia e outros serviços. O sistema funcionará com consultas marcadas. As demais – a cidade conta com 30 – serão visitadas e avaliadas.

“Fizemos um estudo epidemiológico nos bairros para saber quais eram as necessidades de cada região. Com isso, as pessoas não precisarão mais procurar por médicos especializados longe de casa. A ação também visa diminuir o fluxo de pacientes do PS Central e outros hospitais da rede.”

Centros de referência - A Prefeitura promete dois novos centros de referência: para idoso e mulher. O primeiro vai funcionar na UBS Rudge Ramos, com serviços de geriatria, reumatologia e fisioterapia. O segundo aposta no tratamento da saúde da mulher, com pronto-socorro em ginecologia e obstetrícia em frente ao PS Central.

“A proposta é de descentralização. O sistema antigo não estava conseguindo suprir as necessidades da população. As mudanças são extremamente necessárias e serão implementadas logo.”

Hospital Anchieta - O centro hospitalar passará por diversas mudanças. Destaque para as novas instalações do atendimento de fisioterapia e a ampliação das especialidades médicas. A secretaria também promete ampliar o número de leitos de UTI, com 21 novas vagas para adultos.

“O Anchieta receberá, ainda, o primeiro centro de referência oncológico da região. O equipamento oferecido para exames também aumentará, com máquinas para ressonância magnética e tomografia moderna. Além disso, vamos oferecer tratamentos de radioterapia e medicina nuclear.”

Resultado - O novo secretário garante que fará um trabalho de continuidade, de acordo com as propostas já iniciadas por seu antecessor Wilson Narita. O objetivo agora é colher os frutos dos projetos em desenvolvimento e direcionar os esforços no atendimento básico.

“Nada é por acaso. A secretaria vem trabalhando na organização da Saúde há bastante tempo. O momento é bom para o município. Estamos de olho nos resultados, com o mesmo orçamento (R$ 246 milhões) e muita vontade.”

O prazo para garantir as melhorias é curto. Cordoni tem 190 dias para reverter um quadro de reclamações, falta de remédios e médicos. Em algumas unidades, como a do Alvarenga, a fila de espera para uma consulta chega a seis meses.



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