Durante o debate, realizado pela rádio CBN, a candidatura de Mercadante não foi somente alvo de críticas por parte de Aécio, como também do deputado Valdemar Costa Neto (PTB-SP), que questionou se o PT não teria se sentido constrangido em apoiar Inocêncio por uma troca de favores e se, por este motivo, teria lançado de última hora a candidatura de seu líder.
Mercadante admitiu que Inocêncio apoiou a candidatura do vereador petista José Eduardo Cardozo à presidência da Câmara de São Paulo, mas negou uma possível troca de favores. “Somos um partido de muita história. Todas as nossas propostas nasceram há muito tempo e somos transparentes. Fui escolhido como candidato por unanimidade”, retrucou.
O deputado Inocêncio também sofreu ataques ao criticar o desempenho de Aécio. “Vossa Excelência precisa traduzir na prática seu discurso. O senhor sempre defendeu a aprovação da matéria sobre a restrição da edição de medidas provisórias, no entanto, obstruiu a votação com a base governista. O senhor vai continuar fazendo isso quando presidente da Câmara?”, indagou Inocêncio. O deputado do PSDB respondeu com ironia. “Não sei se respondo ao maior defensor do governo ou se respondo ao mais novo oposicionista”, disse, referindo-se ao fato de Inocêncio, sem ter o apoio do governo, ter lançado candidatura avulsa, esperando apoio da oposição.
Aécio disse ainda que a história do pefelista poderia ser intitulada “anatomia de um renegado”. “O senhor caminhou durante meses na Câmara como candidato do governo e depois de não tê-lo se vira contra ele”. Deixando claro que se sentia traído pelo presidente Fernando Henrique, Inocêncio, na réplica, disse que estava em um dilema, pois o próprio presidente havia declarado que ele era “um deputado que trabalhava muito mais do que dizia e o que pede menos”. Porém, o apoio de Fernando Henrique foi para Aécio.
O pefelista, então, voltou para o ataque pessoal. “O senhor passou 14 anos sem cumprimentar nenhum companheiro. Hoje, não faz mais isso. É verdade que até ofereceu carros com tanque cheio à bancada gaúcha? O senhor mudou ou faz porque é candidato?”. Como resposta, mais críticas vieram. “Ganhar ou perder faz parte. Agora, eu jamais vou abdicar das minhas idéias, como fez o senhor, que próximo da eleição, abdica para se transformar em líder da oposição, sem fazer o básico, que é abandonar o governo".
Independência - Os candidatos foram unânimes em afirmar que a Câmara precisa de um presidente independente. Essa foi a principal bandeira do deputado Aloizio Mercadante (PT-SP), que acusou o governo de autoritário, ao editar 3.752 medidas provisórias que sendo colocadas em pauta no Congresso somente agora. “O presidente não tem que ser autoritário, ele tem que democratizar o Congresso e acabar com o uso abusivo de medidas provisórias”, disse.
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