Economia Titulo
Abimaq pede explicaçoes sobre projetos beneficiados
Por Do Diário do Grande ABC
20/05/1999 | 08:40
Compartilhar notícia


A Associaçao Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) está questionando o regime automotivo brasileiro por falta de transparência. Segundo a entidade, desde 30 de junho de 97, o governo nao presta contas da situaçao dos 165 projetos beneficiados com incentivos fiscais. Uma montadora coreana, a Asia Motors, que nao respeitou o regime, deixando de instalar uma fábrica na Bahia, teve os seus benefícios cassados. O presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Ferramentas da Abimaq, Henry Goffaux, entende que "a falta de transparência parece estar escondendo, no mínimo, a generalizada inadimplência das empresas favorecidas quanto ao cumprimento da proporcionalidade da aquisiçao de bens de capital fabricados no país".

A Abimaq enviou ao governo um pedido para que mostre em um balanço o cumprimento do regime automotivo, que "a entidade acredita que deu prejuízos", segundo parecer em documento que circula entre os associados da entidade. O regime automotivo foi criado em 95 com o objetivo de atrair investimentos, modernizar a produçao, melhorar a competitividade e estimular a exportaçao de veículos e autopeças, através da reduçao dos custos de bens de capital, de matérias primas e componentes, o regime automotivo terminará ao final do ano.

O programa brasileiro foi inspirado no regime automotivo da Argentina. Um total de 165 empresas aderiu ao programa depois que a Organizaçao Mundial do Comércio (OMC) obrigou o governo brasileiro a suprimir a obrigatoriedade relativa às vendas ao exterior. Pelo acordo, a indústria que importar US$ 1 deveria comprar no mercado interno US$ 1 em máquinas e equipamentos nacionais. Mas, o acordo foi modificado desde 98, e passou a exigir que para cada US$ 1 importado, se compre internamente US$ 1,5.

O que os empresários querem é que se mostre as notas fiscais das compras, como ocorreu nos oito primeiros meses do acordo. O assessor da presidência da Abimaq, Hiroyiuki Sato, entende que "pelo andar da carruagem, a sociedade terá de renunciar a todos os impostos sobre veículos para que o mercado possa consumir toda a capacidade que as 16 montadoras passaram a ter graças aos incentivos que o povo brasileiro está pagando. De tudo isso, além da grande frustraçao que o nosso setor está digerindo, existe ainda a grande possibilidade de amargarmos um fim desastroso, de o regime acabar em uma enorme pizza".

A Abimaq espera uma resposta do governo sobre a aplicaçao do regime automotivo, com os nomes das empresas que cumpriram todos os seus trâmites; e quais nao cumpriram.

Atraídas pelos privilégios dos incentivos fiscais, 16 montadoras terao capacidade de produzir mais de 3 milhoes de veículos, para um mercado que, neste ano, consumirá nao mais do que 1,2 milhao.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;