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Recorde de vendas supera expectativa
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
31/12/2010 | 07:06
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As vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus devem fechar hoje, último dia de dezembro, perto das 400 mil unidades - recorde mensal histórico que coloca a indústria automobilística brasileira definitivamente em novo patamar. Com isso, 2010 encerrará com 3,520 milhões de veículos emplacados - crescimento de 12% sobre as 3,141 milhões de 2009. O número assegura ao Brasil o quarto maior mercado mundial - atrás apenas da China, Estados Unidos e Japão.

De acordo com o Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), foram emplacados até quarta-feira 363.782 veículos. Ao ritmo de 18,2 mil unidades comercializadas por dia (outro recorde absoluto), dezembro fechará com cerca 390 mil, já que o Renavam estará ativo até as 12h de hoje.

A indústria nunca havia vendido perto de 400 mil veículos em um mês. O recorde anterior foi alcançado em março deste ano, com 353.762 unidades emplacadas. Era o fim da isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), fazendo com que muitos consumidores antecipassem suas compras para aproveitar o benefício concedido pelo governo federal.

Os números de dezembro também são muito fortes se comparados a novembro, quando o mercado fechou com 328.510 unidades - crescimento de 17%. Já em relação a dezembro de 2009, que registrou vendas de 293.026 unidades, a alta é de 31%.

Em suas previsões mais otimistas, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) nunca projetou que o mercado fosse além das 3,4 milhões de unidades em 2010. Com a forte atividade de dezembro, o número será superado em mais de 140 mil veículos.

"Dezembro fecha com números robustos, o que, talvez, ninguém na indústria acreditasse que iria acontecer", afirmou Hermann Mahnke, gerente de marketing da General Motors do Brasil. "O nosso desafio será manter o mercado aquecido daqui para frente."

Para Mahnke, mudanças impostas pelo governo nas regras de financiamento de veículos fizeram com que muitas pessoas adiantassem as aquisições. "Sem dúvida, consumidores que pretendiam comprar daqui a 40 dias, anteciparam-se", disse.

Pelas novas regras, financiamentos acima de 60 meses e sem nenhuma entrada passaram a ter taxas de juros maiores, numa tentativa do governo de diminuir o ritmo da atividade econômica e fazer baixar os índices de inflação.

Contribuíram ainda para o número recorde a forte concorrência entre as marcas, que realizaram muitas promoções e feirões. "Certamente o mercado brasileiro entrou em um nível de disputa muito mais profissional e acirrado", afirmou Domingos Boragina Neto, diretor de desenvolvimento de rede da Citroën do Brasil.  

ESTOQUES - Antes das fortes vendas de dezembro, os estoques da indústria e concessionárias eram suficientes para abastecer o mercado por 30 dias. Com as férias coletivas entre 20 dezembro e 10 de janeiro em quase todas as 26 montadoras afiliadas à Anfavea, os números podem ter caído pela metade, segundo analistas.

O dado sinaliza que a indústria voltará com forte produção na segunda semana de 2011. "Já temos uma forte promoção programada para o primeiro fim de semana do ano. Queremos iniciar o ano fortemente para manter as vendas no ritmo que garanta a expansão dos empregos e da indústria", disse Mahnke.




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