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Média de público aumenta 43%, mas Paulista não empolga torcedor
Divanei Guazzelli
Do Diário do Grande ABC
22/01/2005 | 14:19
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A média de público da primeira rodada do Campeonato Paulista de 2005 foi 43% maior do que a do início da competição de 2004. Dos 3.328 pagantes da temporada passada, os jogos de quarta-feira e de quinta-feira proporcionaram a presença de 4.754 torcedores por partida, coincidentemente impulsionados nos dois anos por Corinthians e Santos. Se em percentual a comparação é satisfatória, em números absolutos não há motivos para qualquer celebração. Os quase 5 mil ficam abaixo, por exemplo, dos 8.085 do Brasileiro de 2004, a pior na história da competição. No total, 47.549 viram as dez partidas do meio de semana contra 33.280 também de dez jogos em 2004.

A volta da fórmula de pontos corridos após uma década pode parecer, a princípio, responsável pela elevação de público. Porém, não há unanimidade. Como se constata nas opiniões de Ovídio Simpionato, presidente da Tuda (Torcida Uniformizada Dragão Andreense), e Agostinho Folco, da Bengala Azul, do São Caetano.

“Em pontos corridos, todo jogo é uma decisão. Por isso, entendo que o torcedor gosta mais. Além disso, com a queda de quatro times, como será esse ano, e não mais dois, todas equipes precisam ficar atentas durante toda a temporada. Aqueles que ficam num bloco intermediário, certos de que não cairão no caso do rebaixamento atingir apenas dois times, terão de aumentar a concentração no campeonato”, argumenta Ovídio.

Já Agostinho Folco prefere que os pontos corridos se limitem ao Campeonato Brasileiro, como ocorreu nas duas últimas temporadas. No Paulista, só com finais, a fórmula que deu ao São Caetano o seu primeiro título expressivo, em 2004. “Pode até existir turno e returno, ou um só turno, como agora, mas desde que se classifiquem quatro, ou até oito times, para as fases decisivas. No de pontos corridos, ainda mais de um turno só como agora, derrotas como a do Corinthians para o Mogi Mirim podem influir na luta pelo título, assim como uma vitória como a que o Santos conseguiu contra a Portuguesa. Para o Brasileiro é diferente, pois estão em jogo vagas para Libertadores, Sul-Americana, além da fuga do descenso”, opina Agostinho.

  

Efeito Tevez – Como em 2004, quando levou 12.338 pagantes no jogo de abertura com o recém-promovido Atlético Sorocaba, em Sorocaba, o Corinthians também foi responsável pelo maior público na primeira rodada de 2005: 16.084 pagantes na derrota por 2 a 1 para o Mogi Mirim, no Pacaembu. Conta, agora, a motivação pelos investimentos milionários, sobretudo na contratação do atacante argentino Carlitos Tevez por US$ 22,5 milhões pela MSI.

O Santos, no embalo da conquista do segundo título brasileiro em três anos, teve a goleada por 5 a 1 sobre a Portuguesa de Desportos assistida por 11.739 torcedores. Em 2004, o jogo contra o Oeste, que subira em 2003, mas já estava rebaixado no ano seguinte, foi acompanhado em Itápolis por 7.584 pessoas.

No Grande ABC, a presença de público foi discreta. A vitória do Santo André sobre o Paulista, no estádio Bruno Daniel, foi assistida por 1.946 pagantes e a de 1 a 0 do São Caetano contra a Ponte Preta, no Anacleto Campanella, por 1.163 torcedores. Em 2004, somente o São Caetano participou da primeira rodada (o Santo André folgou, pois havia 21 participantes) e levou 690 torcedores diante do Mogi Mirim.

As piores rendas ficaram com jogos disputados fora da região metropolitana. Na quarta-feira, apenas 473 torcedores viram o Rio Branco derrotar o América por 3 a 2. Menos decepcionante do que os 261 de Ituano e União São João, em Itu, em 2004.



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