Na madrugada desta segunda disparos e aparentes ataque lançados na Cisjordânia e na Faixa de Gaza provocaram a morte de quatro palestinos, entre eles um menino de 10 anos. Colonos judeus aparentemente enfurecidos com uma série de emboscadas registradas na Cisjordânia, bloquearam nesta segunda as vias de acesso a vários povoados palestinos na regiao, advertindo que ``voltariam a se apoderar das estradas'.

O menino palestino, Muad Abu Adwan, morreu em conseqüência dos ferimentos que sofreu em meio a um tiroteio no povoado de Hebron. Um jovem de 22 anos também morreu baleado na cabeça quando colonos judeus dispararam contra uma multidao em uma aldeia da Cisjordânia. Outros dois policiais palestinos foram assassinados hoje nos arredores do povoado de Tulkarem, ao norte da Cisjordânia.

O primeiro-ministro israelense Ehud Barak advertiu nesta segunda que, já que nao se consegue chegar a um acordo de paz com os palestinos, entao Israel poderia buscar um plano de separaçao unilateral.

Ao mesmo tempo, os palestinos programaram passeatas e manifestaçoes por toda a Cisjordânia e Faixa de Gaza, numa demonstraçao de apoio ao Fatah em seu trigésimo sexto aniversário. Arafat fundou o movimento no exílio em 1964 e rapidamente se converteu na força dominante da Organizaçao para a Libertaçao da Palestina.

Dirigentes populares do Fatah e de outros grupos palestinos pressionam para que sejam rejeitadas as propostas de paz feitas pelos Estados Unidos. No dia do aniversário do Fatah, em 1 de janeiro, sempre sao realizadas manifestaçoes e desfiles, que normalmente terminam com violência.

As tensoes aumentaram com a procissao funerária realizada na noite deste domingo, no centro de Jerusalém, por simpatizantes de Biyamin Kahane, filho do rabino Meir Kahane, que foi assassinado ontem . Kahane e sua mulher foram mortos em uma emboscada na Cisjordânia. Ao coro de ``Morte aos Arabes', os manifestantes acompanhavam os caixoes do militante judeu e de sua mulher Talia.

Kahane era o filho mais velho do rabino Meir Kahane, fundador do grupo judeu extremista Kach, que defende a expulsao dos judeus de Israel e da Cisjordânia. Seus simpatizantes lotavam o centro de Jerusalém durante o funeral, perseguindo os palestinos que detectavam nas imediaçoes. Durante os confrontos, dez policiais saíram feridos e um fotógrafo sueco foi esfaqueado. Seis pessoas foram detidas pela polícia.