Os bancos querem aumentar os juros cobrados no crédito consignado (com desconto em folha) a aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), sob alegação de que as altas da Selic, a taxa básica de juros, estão elevando seus custos de captação.

O superintendente de Projetos Especiais da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Jorge Higashino, revelou na última quarta-feira que a proposta de reajustar o teto dos juros desse tipo de crédito, ora de 2,5% ao mês na modalidade tradicional e 3,5% mensais no formato do cartão de crédito consignado, já foi levada ao ministro da Previdência, José Pimentel.

Higashino disse que os bancos esperam "a melhor oportunidade" para debater o assunto com os demais integrantes do CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social), o órgão que define o teto de juros do consignado.

"Vamos ver qual o posicionamento do BC e do Comitê de Política Monetária, principalmente, para ver se continua a tendência de alta ou se estabiliza. É uma questão de aguardar para que a gente possa discutir no plenário do CNPS", declarou.

Segundo Higashino, o critério utilizado pelo CNPS tem sido o de ajustar o limite de juros do consignado pela variação da taxa Selic. "Assim funcionou desde 2006 para cá, com a diminuição da taxa", lembrou, destacando que desde abril o BC já promoveu três altas na Selic - passando de 11,25% para 13% ao ano no período. "E isso representa aumento de custo de captação de dinheiro para os bancos."