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O tempo em que o Grande ABC foi o Pentágono

Na virada dos anos 1950 para 1960, a região via seu antigo cinturão verde que abastecia São Paulo e Santos de produtos hortigranjeiros, mais tijolos e carvão, se transformar em área operária e industrial. Sem um termo melhor, o futuro Grande ABC chegou a ser chamado de ‘Pentágono’, das cinco cidades mais Diadema, que se organizava

Por Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
14/01/2021 | 00:01
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A Memória de hoje é dedicada ao pesquisador Pedro Cordeiro, da Associação Pró-Memória de Ribeirão Pires, que desenvolve trabalho para entender o cotidiano da região no tempo em que era chamada de “Pentágono”, termo nascido com a emancipação de Mauá e Ribeirão Pires e que cai em desuso com a elevação de Diadema a município autônomo.

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MARCAS

Um dos primeiros slogans do News Seller foi “o jornal de maior penetração do ‘interland’ brasileiro”. O semanário, que antecedeu o Diário do Grande ABC, usava também a expressão ABC. Chegou a usar ‘Pentágono’. A expressão ‘Grande ABC’ nasceria naturalmente ao longo da década de 1960, quando começa a se falar em regiões metropolitanas.

Palha... assada’ e o articulista E. Milho.

Os 10 mais de 1959.

O batismo do Palácio de Mármore.

351 - Em março de 1959, o PTB local punha em pauta o esforço para convencer as autoridades da Previdência Social a nomear alguém da região como delegado do IAPI (Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários).

Os governos da União e do Estado de São Paulo ‘pouca bola’ davam para as lideranças locais.

352- Na Assembleia Legislativa, o deputado Anacleto Campanella propunha a criação do Tribunal de Alçada de Santo André.

Também foi Campanella quem propôs a elevação de Ribeirão Pires a estância climática, então chamada de “climatérica”.</CW>

353- Professor Carlos Galante, domiciliado em Santo André, tornava-se um nome nacional ao revolucionar o ensino com o seu projeto Matemática Moderna. Livros didáticos para as quatro séries ginasiais e outros cursos. Calculava-se que a obra do professor Galante era lida por mais de l milhão de estudantes.

354- Em São Bernardo, anunciava-se a inauguração do segundo ciclo secundário, o Curso Científico, em ala construída junto ao Colégio Estadual e Escola Normal João Ramalho, espaço hoje sede da Guarda Civil Municipal.

355- O mesmo professor Carlos Galante enveredava pela política partidária. E desentendeu-se com Fioravante Zampol, um dos caciques da política andreense. Em razão disso, News Selle profetizava a vitoria de Oswaldo Gimenez no próximo pleito municipal, o que de fato ocorreu – um forasteiro ganhava de três andreenses: Zampol, Galante e Antonio Pezzolo.

356- Gimenez eleito. Cobranças iniciadas. Em sua coluna Palha... assada, o articulista E. Milho chamava a atenção do novo prefeito: “Dizem que os animais da Prefeitura (os quadrúpedes, é claro) estão sendo muito judiados, inclusive andando de cascos no chão”.

Os semoventes faziam parte, ainda, da escrituração fiscal municipal...

357- Gimenez em sua primeira entrevista à imprensa: “Meu gabinete não tem elementos daqui, porque os homens de bem de Santo André não aceitaram o convite que lhes fiz”.

358- Gimenez moralizador: suspendeu operário que não tirou o chapéu para o prefeito. E. Milho não perdoava: “Tiremos o chapéu a tão rica figura”.

359- Primeira reunião dos prefeitos do ABC recém-empossados. O de São Bernardo, Lauro Gomes, declara: “Não se concebe que fiquemos na dependência do governador e do seu estado de humor e boa vontade”.

360- E a Ausa (Associação dos Universitários de Santo André) elegia os dez mais da cidade, ano-base 1959: bispo dom Jorge, industrial Adib Chammas, engenheiro Anhaia Mello, jornalista e publicitário Edson Danilo Dotto (fundador e diretor responsável do (News Seller), prefeito Pedro Dell’Antonia, médico Oseas de Castro Novaes, Oliver Tognato da CTBC, esportista Nestor Pacheco Junior, odontólogo José de Camargo Junior (que lançou a Campanha do Flúor) e professor Nelson Zanotti.

The End – E toda região disputou um convite para participar do baile de consagração do Moinho São Jorge e do seu salão de festas, no terraço com vistas para o Rio Tamanduateí e que a jornalista Claudete Guidugli (futura Reinhart) batizaria de Palácio do Mármore.

Era 26 de março de 1960. Uma revolução estava a caminho.

Diário há meio século

Quinta-feira, 14 de janeiro de 1971 – ano 13, edição 1434

Manchete – Governo bane os presos resgatados pelo terror, os 68 militantes soltos em troca do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher

Nacional – Censura Federal considera nove peças chocantes e indecorosas. E proíbe-as.

Santo André – Prefeitura estuda a criação do Jornal Oficial do Município. Prepara projeto de lei a ser enviado à Câmara Municipal. E convida o jornalista Rui D’Andrea para assumir a direção.

São Bernardo – Volta a funcionar a Casa do Asfalto, na Rua Planalto, 197, com a promessa de instalar equipamento de controle da poluição.

Em 14 de janeiro de...

1956 – O governador Jânio Quadros assina o decreto 25.357, que autoriza o funcionamento da Escola Normal Livre São José, em São Bernardo

2001 – Inaugurada a Escola Profissionalizante Padre Léo Comissari, no Jardim Silvina, em São Bernardo.

Hoje

- Dia do Treinador de Futebol

Município paulista

- Hoje é o aniversário de Miguelópolis, elevado a município em 1845, quando se separa de Igarapava, na região de Franca.

Santos do dia

- Odorico de Pordenone

- Felix de Nola




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