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No dia do beijo, terapeutas recomendam paixão redobrada aos casais
Por Adriana Gomes
Do Diário do Grande ABC
13/04/2005 | 12:09
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Beijo apaixonado, beijo escandaloso, beijo terno, beijo de amizade, selinho. Nesta quarta-feira é comemorado o dia do beijo. De todos eles, embora psicoterapeutas sejam unânimes em defender os beijos ardentes como a melhor das terapias para todos aqueles que querem viver felizes. Símbolo forte de felicidade e paixão no imaginário coletivo, sempre teve presença marcante no cinema, nas novelas, no teatro e nas manifestações artísticas em geral. Enfim, o ato de beijar é visto como algo que pode mudar uma história de amor e, por conseqüência, a vida de cada pessoa que o experimenta.

Celso Marzano, 51 anos, urologista e terapeuta sexual que coordena o Ambulatório de Disfunções Sexuais da Faculdade de Medicina do ABC, é um dos defensores entusiastas de um bom beijo. "O ato estimula centros da libido no cérebro. Também desperta sentidos relacionados à resposta sexual, como o tato e o paladar", ensina. Mas o terapeuta não fala só na linha dos termos científicos que explicam as reações químicas do organismo durante o beijo. Vai além, em linguagem mais direta. "Quando beijamos, encostamos corpos, sentimos o cheiro um do outro, ouvimos murmúrios... É contato de pele e mucosa. Por isso, o beijo costuma ser mais valorizado do que a própria penetração", diz.

Todos sabemos que o terapeuta Marzano tem razão. Por isso, a maioria das prostitutas recusa-se a beijar: o beijo é encarado como a carícia mais íntima da relação. No filme Uma Linda Mulher (Garry Marshall, 1990), a prostituta vivida pela atriz Julia Roberts nega o beijo ao milionário interpretado por Richard Gere até que se sente apaixonada. É o momento de fragilidade e entrega da personagem. "As prostitutas se protegem do envolvimento amoroso recusando o beijo", concorda Regina Navarro Lins, 56 anos, psicanalista e sexóloga que assina coluna semanal no Diário.

Casais que se beijam sempre, e de forma intensa, também demonstram que estão ou permanecem apaixonados. "Notamos que após cerca de cinco anos de casamento a maioria passa a beijar bem menos, e isso mostra que algo não está bem. A rotina é a culpada. Joga contra a felicidade do casal, que passa a transar sem beijar, por exemplo. Não pode, é preciso investir na cumplicidade", defende o terapeuta Celso Marzano, da Faculdade de Medicina do ABC.

Segundo ele, o ato é tão importante para a felicidade conjugal que o Ambulatório de Disfunções Sexuais aplica a beijoterapia, método para resgatar sensações do início da relação do casal, que reaprende a beijar.

"No consultório, as mulheres costumam reclamar que os maridos não beijam mais depois de algum tempo. Ou dão aquele beijo fraternal. O beijo mais ou menos apaixonado é termômetro da relação", emenda a sexóloga Regina Navarro Lins. "Selinho só serve para o correio. Tem de beijar mesmo", brinca o terapeuta Celso Marzano.

Beijos no parque – Mas se depender dos moradores do ABC entrevistados pela reportagem, essas lições não são necessárias. A estudante Michelle do Nascimento, 23 anos, e o auxiliar administrativo Roberto Brito Duarte, 22, namoram há um ano e onze meses e continuam dando beijos muito ardentes, como demonstraram no Parque Celso Daniel, em Santo André. "Ele era meu vizinho, mas não reparava nele. Um dia, ele me ligou. Fui encontrá-lo e ele disse que não conseguiria dormir naquela noite se não me desse um beijo", conta Michelle.

"Tudo começa com um beijo", define o aqüicultor (especialista em cultivos aquáticos) Roberto Takeyoshi, 34 anos, que na terça-feira aproveitava o sol no parque com a namorada Rosana Mayumi Hamasaki, 30, comerciante. "O nosso primeiro beijo foi muito bom, por isso estamos juntos hoje."

Colaborou Roberta Nomura




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