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Do outro lado da esquina 65: a vez das mulheres

Em 2007 esta página Memória elegeu como livro do ano Esquina 65, de Sidnei Sauerbronn (Sidão)

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
17/01/2010 | 00:00
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Em 2007 esta página Memória elegeu como livro do ano Esquina 65, de Sidnei Sauerbronn (Sidão). Com base numa foto de 1965 que foi tirada na Rua Campos Sales, esquina com a Rua Cesário Mota, em Santo André, o autor foi a campo e ouviu seus companheiros de juventude, o que resultou numa das mais belas composições da Memória já feitas no Grande ABC.

Esquina 65 é um livro que sintetiza o modo de vida das turmas dos anos 1960, em Santo André e fora dela, com todas as suas nuances. O maior sucesso. Os entrevistados falam de tudo, alguns mais atirados, outros mais comedidos.

Falam também de mulheres, é claro. Citam, igualmente, as mais atiradas e as mais tímidas de uma época que a mídia chamou de anos dourados. Mas, ao fim da leitura, ficava a dúvida: e as mulheres? Onde está a versão pessoal daquelas lindinhas dos saudosos anos 1960?

A resposta está para sair. Sidão fez como o livro Esquina 65. Foi a campo em busca das andreenses queridas, sempre levando a tiracolo o seu primeiro livro, que era posto à frente da entrevistada, ao lado do gravador e das garrafas ou latinhas de água, refrigerante ou algo mais forte.

Resultado: saiu um segundo livro, Do outro lado da esquina, a ser editado pela mesma editora, Docuprint, da Vila Guiomar. Fica pronto entre março e abril, logo após o Carnaval. Meninos e meninas de ontem e de sempre, aguardem.

AS ENTREVISTADAS
Terezinha Mulatti, Nanci Pepolini Villa, Maria Augusta Carvalho Sbringe (Tuta), Rosangela Gabrilli, Roseni Cardoso, Rosy Takan, Lenita de Barros, Maria Nazareth Sauerbronn Gouvea, Maria Inês Chaves Pergola, Maria Célia Sevelgnini, Maria Helena Moretti e Tosca N. Galdi.

O AUTOR
Sidnei Sauerbronn é sociólogo. Nasceu em 1947 em Santo André. Além do Esquina 65 (Docuprint), foi co-autor dos livros Breve histórico da Formação Profissional no Brasil e Críticas às Escolas de Produção, que foram publicados pela Cenafor.

AMANHÃ EM MEMÓRIA
Vá procurar a sua turma!, terceiro livro da linha dos anos 1960, em elaboração.

Trabalhadores
Nascem em 17 de janeiro:

1 - Antonio Passarini. 1905. Natural de Valinhos (SP). Ajudante de caldeireiro da Rhodia Química. Residência: Rua Adolfo Bastos, 60.
2 - Sizino A. Machado Júnior. 1908. Natural de Laguna (SC). Servente da Rhodia. Residência: Rua Gertrudes de Lima, 296.
3 - Sebastião do Carmo Barbosa. 1908. Natural de Simão Dias (SE). Foguista da Rhodia. Residência: Rua Bolívia, 812.
4 - Sebastião do C. Barbosa. 1909. Natural de Sergipe. Foguista da Rhodia. Residência: Rua Alemanha.
5 - Francisco Leopoldino de Oliveira. 1917. Natural de Socorro (SP). Servente de fabricação da Rhodia. Residência: Avenida do Estado, 12-16.
Fonte: Primeiro livro de registro
de associados do Sindicato dos Químicos do ABC.

Os anos 1960 do século passado foram marcados como momento de grandes transformações culturais. O comportamento feminino deixa de ser passivo. A virgindade começa a ser contestada. As mulheres querem ser mais do que professoras primárias - normalistas.

A cidade de Santo André está consolidada como centro industrial. Ao lado da via férrea estão instaladas grandes indústrias. No Centro, além do comércio e serviços, residências de famílias de classe média.

Do outro lado da linha do trem, moradias dos migrantes, na maioria do Nordeste.

Cinema, bailes, bailinhos. Televisão. Músicas, aparelhos de som. Mudanças no estilo de se vestir. O automóvel mais acessível: símbolo de status.

O autor acaba por revelar certas práticas culturais de jovens que conviveram nos anos 1960 na cidade suburbana. Aí estão indícios de um mapa social. O colégio de freiras certamente é um espaço central dos comentários.

O título Do outro lado da esquina... é uma metáfora. Na esquina, um bar com uma típica turma masculina; do outro lado, as meninas em passeio pelas calçadas. Está criado o clima.

É através de depoimentos de algumas meninas, hoje senhoras, que temos um retrato daquele momento e um pouco do momento atual.

Turma do Rudge

José Osmar Pedroso, o Mazinho, chega hoje aos 58 anos, pois nasceu em 17 de janeiro de 1952, em São Caetano. Desde os cinco anos reside em Rudge Ramos e integra a Turma Rudge Ramos anos 60, que se prepara para um quarto reencontro.

Domingo, 17 de janeiro de 1960 - nº 89

Manchete - Prefeitura de Santo André anula concurso público do governo anterior.

Cinema - Hoje, no Tangará e Tamoio: Massagista de Madame, com Zé Trindade; no Cine Santo André, Matar ou morrer, com Gracy Kelly e Gary Cooper.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Quinta-feira, 17 de janeiro de 1980

Manchete - Ernane Galvêas é o novo ministro da Fazenda.

Mauá - Parque das Américas terá estação ferroviária até 1981.

Santo André - Passagem junto ao paço vira sanitário público.

Auto-escolas - Em debate o simulador de direção.

Editorial - Vereança tem agora novos atrativos.

Polícia - Um morto em acidente na Anchieta.

HOJE

Dia dos Tribunais de Contas do Brasil.

EM 17 DE JANEIRO DE...

1850- Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti nasce em Cimbres (PE). Trata-se do Cardeal Arcoverde, com nome em praça central de São Caetano.

1910- Joaquim Nabuco falece em Washington: abolicionista, diplomata, jornalista, historiador e literato brasileiro.

1930 - Radamés Fortes nasce em Ribeirão Pires. Advogado, esportista e pesquisador da Memória. Jogava de lateral esquerdo. Marcou época no Corinthians de Santo André. Foi grande amigo da Memória, legando-os um dossiê com fotos e recortes da sua vida de jogador. Saudades.

1970 - Eleitas as personalidades e entidades de Santo André que receberão o Troféu João Ramalho: na música, Geraldo Rosa; no teatro, Antonio Petrin; no esporte, Randi EC; personalidade esportiva, Expedito Alencar.

SANTOS DO DIA

Antão, Leonila, Mariano, Rosalina e Sulpício.

Antão ou Santo Antonio do Deserto é o abade da estampa. Aos 20 anos, distribuiu aos pobres toda sua fortuna para entregar-se à oração e à penitência no deserto. Faleceu em 356, no Egito, aos 105 anos de idade.

Segundo o almanaque Sei Tudo, de 1941, Antão é protetor dos cesteiros e marchantes.




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