O ministério das Relações Exteriores de Cuba expressou "sua rejeição a esta irresponsável ação, que não favorece os verdadeiros interesses nacionais dos Estados Unidos, e que só tenta contentar os desejos de vingança e ódio de um minúsculo grupo de elementos reacionários interessado em estimular a política de agressões e de hostilidade dos Estados Unidos em relação a Cuba".

Segundo a chancelaria cubana, os EUA alegaram que não deve haver uma nova rodada "até que as autoridades cubanas mostrem um verdadeiro interesse em abordar seriamente aspectos 'muito importantes' para um fluxo migratório ordenado, legal e seguro entre os dois países".

"Os pretextos expostos para a suspensão da rodada de conversações migratórias não podem ser mais irreais e absurdos, e mostram que o verdadeiro sentido desta ação está na politicagem de Miami (sede dos exilados cubanos) e não nos verdadeiros interesses nacionais, de segurança e migratórios americanos", acrescentou a chancelaria.

O governo de Fidel Castro também "reafirma sua vontade inequívoca de continuar honrando, como fez até agora, o espírito e a letra dos Acordos Migratórios assinados entre Cuba e os Estados Unidos e pede ao governo americano que assuma uma atitude similar".

Cuba e EUA assinaram os acordos migratórios em agosto de 1994 e maio de 1995, a partir dos quais mantiveram rodadas de conversações periódicas para revisar seu andamento. Os acordos, firmados após o êxodo de 1994 conhecido como a "Crise dos Balseiros", são os únicos em vigor entre os dois países, que não têm relações diplomáticas desde 1961.