Setecidades Titulo Panes técnicas
Samu de Santo André
está sem comunicação

Ambulâncias não conseguem contato com a central via rádio
há três dias; socorristas dizem que atendimento é prejudicado

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
11/05/2012 | 07:00
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Devido a panes técnicas, funcionários do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Santo André estão sem comunicação via rádio há três dias. Sem os aparelhos, as equipes de atendimento utilizam os celulares próprios para entrar em contato com a central. Profissionais relatam que as falhas atrasam e prejudicam o atendimento aos pacientes.

Além dos equipamentos individuais de comunicação, as unidades do Samu precisam ter rádio com frequência aberta, semelhante ao utilizado nas viaturas da Polícia Militar. No entanto, as 11 ambulâncias do serviço em Santo André estão sem o equipamento há dois anos, segundo funcionários. A Prefeitura informa que desde 2004 enfrenta problemas com o sistema e que aguarda a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para solucionar os problemas (leia na reportagem ao lado).

O conjunto de falhas vai contra a portaria 2.048, emitida pelo Ministério da Saúde em 2002. A norma determina que "o atendimento no local é monitorado via rádio pelo médico regulador, que orienta a equipe de intervenção quanto aos procedimentos necessários à condução do caso. Deve existir rede de comunicação entre a central, as ambulâncias e todos os serviços que recebem os pacientes".

A equipe do Diário obteve os IDs (números de identificação) de oito bases do Samu no município e conseguiu contato pelo rádio em apenas três delas. Os locais em que a comunicação foi bem-sucedida são centrais que funcionam em parceria com o Corpo de Bombeiros.

"A falha atrasa, e muito, o atendimento. Quando estamos na rua, a central demora para conseguir contato conosco e nos encaminhar para o lugar do chamado", relata um motorista, que não quis ser identificado.

Mesmo após o atendimento, a queda no sistema dificulta o encaminhamento do paciente ao hospital. "A equipe tem de entrar em contato com o médico na base, passar o diagnóstico prévio da vítima, e aí receber a indicação sobre o deslocamento", acrescenta outro socorrista.

Mesmo com o rádio Nextel funcionando, funcionários salientam que o ideal seria a comunicação pelo equipamento da viatura, por proporcionar mais praticidade e rapidez no contato.

A Prefeitura informa que estuda a modernização do serviço, por meio da implantação de sistema de rádio aberto digital. Não foi divulgado prazo. O Samu de Santo André recebe investimento aproximado de R$ 1 milhão por mês, informa a administração municipal.

Prefeitura empurra responsabilidade para a Anatel

A justificativa da Prefeitura de Santo André para o não funcionamento do sistema de rádio aberto é a demora na correção do problema por parte da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A administração informa que, desde 2004, quando o Samu foi implantado no município, o rádio apresentava problemas e captava o sinal da Polícia Militar de Guarulhos. O Executivo diz ter solicitado em 2009 a utilização de nova faixa de frequência à Anatel, mas sem obter resposta. A agência foi procurada, mas não respondeu à equipe do Diário.

Em relação ao sistema Nextel, a Prefeitura diz que houve problema na base central, do Jardim Las Vegas, e que a empresa teria dado dez dias úteis para o conserto. A administração diz que o atendimento não foi prejudicado.




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