Economia Titulo Calotes
Inadimplência atinge maior
patamar desde setembro de 2007

Em abril, 21,8% das famílias estavam com contas atrasadas;
em março, eram 18,5%, segundo pesquisa da Fecomercio-SP

Por Gilmara Santos
Do Diário do Grande ABC
05/05/2012 | 07:24
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A inadimplência dos consumidores não para de crescer e atingiu em abril o maior nível desde setembro de 2007. É o que revela a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), realizada pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo). Segundo o levantamento, 21,8% dos moradores da Capital tinham contas atrasadas em abril, o que equivale a 782,8 mil famílias. Em setembro de 2007, o total de pessoas com faturas em atraso era de 23,5%, 1,7 ponto percentual superior ao registrado agora.

"O aumento da inadimplência não é surpreendente e nem preocupante porque estamos vivendo estabilidade na economia e no emprego", diz Valter Moura, presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo).

Uma boa notícia é que o total de famílias endividadas e que não terão condição de pagar total ou parcialmente suas dívidas caiu de 4,8% para 3,9%.

A Peic mostra ainda que, em abril, 50,6% dos paulistanos tinham feito algum tipo de financiamento ou compra parcelada, o que equivale a 1,81 milhão de famílias. O número é 1,6 ponto percentual menor do que o registrado em março, mas ainda está 2,3 pontos percentuais acima do mesmo mês no ano passado.

A entidade pondera que o recuo nos endividados se deve, em grande parte, ao fim de prestações adquiridas nas compras do fim do ano. "Isso (o aumento da inadimplência) é normal nesta época porque passa a euforia das compras do fim do ano e as contas chegam", destaca Moura ao lembrar que muita gente ainda compra por impulso porque falta educação financeira no País.

VEÍCULOS - A Fecomercio-SP aponta ainda que parte considerável dos inadimplentes tem suas dívidas atreladas ao financiamento de veículos, que concentra 10,2% dos débitos das famílias. Segundo dados do Banco Central, o nível de inadimplência para o setor é de 5,7%, o mais alto desde o inicio da série em 2000.

PERFIL - A pesquisa mostra também que, em abril, 23,1% dos paulistanos estavam comprometidos com dívidas por mais de um ano, 52,9% de três a 12 meses e 20,6% por menos de três meses. A parcela da população que comprometeu entre 11% e 50% de sua renda mensal é de 56,9%. Já 22,3% comprometeram menos de 10% da renda familiar e 17,2% mais de 50%.

Entre os consumidores com contas em atraso, 46,2% devem há mais de 90 dias, 19,2% têm faturas atrasadas por até 30 dias e 33,1% estão com dívidas atrasadas entre 30 e 90 dias.

O principal meio utilizado para adquirir essas dívidas continua sendo o cartão de crédito, sendo que 76,2% dos paulistanos têm algum débito devido às compras pagas dessa maneira. A participação dos carnês caiu de 28,2% para 15,2%, ficando atrás do crédito pessoal, segunda forma mais comum de endividamento, que ficou em 19,6%.

A assessoria técnica da Fecomercio-SP explica que essa redução se deu, principalmente, porque os consumidores estão quitando as dívidas que usualmente contraem nos carnês durante as promoções de início de ano.




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