Setecidades Titulo Combate à pandemia
Aglomerações na mira do celular

Estado faz parceria com operadoras de telefonia móvel para monitorar movimentação da população e acompanhar o isolamento social

Por Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
10/04/2020 | 01:00
Compartilhar notícia
Celso Luiz/DGABC


O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou novas medidas no combate ao novo coronavírus, no início da tarde de ontem, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes. Entre as iniciativas está o programa Sistema de Monitoramento Inteligente, espécie de big brother que, ao invés de imagens, acompanha a movimentação da população pelos celulares. O sistema, que já está em funcionamento, foi desenvolvido em parceria com operadoras de telefonia móvel.

Segundo Doria, a medida serve para monitorar como está sendo o isolamento social em todo o Estado. “Com informações geradas a partir dos aparelhos, poderemos identificar locais onde ocorrem algomerações”, disse o governador, que informou ainda que o projeto não terá custo ao Estado.

Patricia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico, explicou que os dados fornecidos são “anonimizados”, ou seja, o governo não terá acesso a informações e números dos celulares, mas sim às localizações das pessoas. A análise de isolamento é realizada em municípios com mais de 30 mil habitantes e bairros de cidades mais populosas por meio de um índice de deslocamento populacional.

E, a partir dos dados coletado, será possível realizar ações de isolamento. O programa também envia mensagens de alerta para regiões com maior incidência do novo coronavírus.

O monitoramento acontece em uma central montada no Palácio dos Bandeirantes, na Capital. Lá, as informações são mostradas em um mapa de calor, que apresenta mais ou menos pessoas por localidade.

O governador ressaltou também que, na quarta-feira, o Estado registrou a menor taxa de isolamento, que foi de 49%, desde que a quarentena teve início. No domingo, no entanto, chegou ao número mais alto, com 59%. “Temos que ter como objetivo chegar a 70% para poder limitar os efeitos da pandemia, ter menos pessoas infectadas, e menos pessoas sob risco de morte”, afirmou Doria.

“Nossas taxas estão bem abaixo das médias dos países que aplicaram a quarentena, pois todos chegam entre 70% e 80% em algum momento, e a gente nunca passou de 60%”, reforçou Patricia Ellen.

Doria aproveitou para anunciar também outra parceria, com a plataforma WhatsApp, que é a criação de canal virtual de informações chamado São Paulo Pergunta. Por meio do número (11) 95220-2923, a população poderá tirar diversas dúvidas a respeito da Covid-19. Basta enviar mensagem com a palavra ‘oi’. O serviço é gratuito.

FERIADO
O governador reforçou o pedido para que as pessoas fiquem em casa e evitem viajar no feriado de Páscoa. “Isso vai ajudar a proteger sua vida e da sua família. Só viaje se for de extrema necessidade. Fora disso, fique em casa. Evite viajar para o Litoral de São Paulo, de qualquer maneira, evite. As praias estão todas interditadas. Não é momento de fazer lazer, de ir à praia.”

Comunidade produzirá 2 mi de máscaras

Outro anúncio feito na tarde de ontem pelo governador do Estado, João Doria (PSDB), é com relação à produção e à distribuição de 2 milhões de máscaras de tecido, para ajudar na prevenção contra a Covid-19. Os equipamentos de segurança serão feitos por 740 pessoas de áreas carentes de São Paulo. O investimento, financiado por bancos privados, está estimado em R$ 2,5 milhões.

De acordo com Doria, cada trabalhador receberá R$ 2 por máscara confeccionada. O início da distribuição está previsto para começar a partir do dia 20 e deverá contemplar pessoas de comunidades carentes da Capital e de outros seis municípios. O Grande ABC não está incluído. “É uma medida que atende a uma necessidade de saúde pública, de geração de renda e de proteção social”, afirmou o governador do Estado.

A produção das máscaras teve início na segunda-feira, na Etec (Escola Técnica Estadual) do bairro Heliópolis, na Zona Sul da Capital, com o apoio de uma unidade móvel de confecção industrial do programa Via Rápida, realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado em parceria com o Centro Paula Souza.

As máscaras estão sendo feitas na carreta, com todos os cuidados de proteção e isolamento necessários, por 14 costureiras e costureiros da comunidade, na divisa com São Caetano.

“Conforme são produzidas, (elas) vão sendo distribuídas nas comunidades da Capital, principalmente, e depois na Região Metropolitana de São Paulo”, afirmou Doria.
Na próxima semana, a produção será realizada também na sede do Fundo Social de São Paulo, na Água Branca; e nas unidades do CIC (Centro de Integração da Cidadania), da Secretaria da Justiça e Cidadania, nos bairros Barra Funda, Capão Redondo e Jaraguá.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;