Escudo, emblema, brasão. Chame como for, é a principal marca de um time de futebol. Só de bater o olho já é possível identificar ou ao menos ter algumas dicas de qual é o referido time, seja por um símbolo, uma palavra ou uma data. E o mais antigo clube do Grande ABC em atividade resolveu modernizar e a toque de caixa iniciou a Copa São Paulo de Futebol Júnior com um distintivo repaginado, em novo formato, com a data de fundação em algarismos romanos e as iniciais ECSB em outra fonte, além de um detalhe em laranja.
Tão logo o anúncio foi feito nas redes sociais do clube, parte da torcida iniciou campanha em repúdio ao novo escudo. Ontem, em nota assinada pelo presidente Felipe Cheidde Júnior, o Cachorrão se posicionou. “As recentes manifestações sobre o escudo utilizado na Copinha 2020, que não é um modelo definitivo, eram esperadas e contribuíram fundamentalmente para ajustar parte do projeto. Esse termômetro, previsto dentro do mecanismo de marketing, trouxe algumas respostas importantes e confirmou parte do que o Esporte Clube São Bernardo está preparando para apresentar aos seus torcedores, no momento oportuno.”

Idealizador do emblema, o diretor de marketing do clube, Geraldo Pedroso, explicou que a mudança definitiva “será uma agradável surpresa em homenagem ao são-bernardense, mas que ainda alguns ajustes estão sendo feitos até que se possa revelar o que de fato essa cor (laranja) representará no escudo”, disse ele, que ressaltou: “Cachorrão seguirá Alvinegro hoje e sempre”.

Um dos principais líderes da arquibancada alvinegra e historiador do clube, Thiago Teixeira se posicionou completamente contrário à alteração.

“A questão é muito clara para mim: não vejo como mudança de identidade visual que acompanha o clube há quase 100 anos (completa 92 dia 5) pode trazer algum benefício ao clube. Toda a torcida tem apreço por identidade do clube. Na nossa concepção, essa tradição é o que nos diferencia do nosso rival, São Bernardo FC”, declarou. “O clube não é balão de ensaio para experiências com design. Exigimos respeito pela história e qualquer modificação não será bem-vinda, ainda mais na surdina.”

Juventus-ITA e Athletico-PR foram dois times que passaram por isso. No início dos anos 2000, o Palestra São Bernardo também alterou brasão e até cores, adotando a sigla PSB e o vermelho. Três anos depois, porém, voltou atrás.

Ídolo no rival, Raul reforça o Cachorrão

O EC São Bernardo reforçou o elenco com um dos maiores ídolos da história do São Bernardo FC. O atacante Raul, 33 anos, autor de 28 gols em 194 jogos pelo Tigre, é natural da cidade e retorna para tentar repetir o sucesso desta vez com a camisa alvinegra do Cachorrão no Campeonato Paulista da Série A-3.

“De volta para casa. Claro que totalmente diferente na questão profissional, vestindo a camisa do EC São Bernardo agora. Foram muitos anos no Tigre, fui muito feliz, conquistei títulos e acessos, contribuí para a história e foi muito importante para mim”, declarou o atacante.

Pelo São Bernardo FC conquistou quatro acessos e os títulos da Série A-2 estadual de 2012 e da Copa Paulista de 2013. “Sou muito grato e tenho carinho imenso, mas agora voltei para defender outras cores, o preto e branco do EC São Bernardo, que está se reestruturando e vou procurar da melhor maneira defender e honrar. Há projeto de acesso e vim com esse objetivo também. Muito feliz com esse retorno. Agora é trabalhar”, afirmou Raul.

Depois de deixar o Tigre, o jogador defendeu Ferroviária, Portuguesa, Linense, Santo André e outros. Ele chega com todo aval do seu ex-colega de campo e agora técnico Renato Peixe.