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Grande ABC registrou 65 roubos por dia em julho

Crime cresceu 15,8% em comparação a 2018; homicídios também aumentaram no período

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
27/08/2019 | 07:00
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Arquivo/Agência Brasil


O Grande ABC registrou, em média, 65 roubos por dia em julho, somando 2.031 casos. Isso significa que, se comparado ao mesmo mês do ano passado, quando 1.754 ocorrências desse tipo foram registradas, houve aumento de 15,79%. As informações foram divulgadas ontem pela SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo, e o índice está em sinergia com os cenários da Capital e do Estado, onde a alta foi de 16,09% e 8,24%, respectivamente.

Segundo David Pimentel Barbosa de Siena, coordenador do Observatório de Segurança Pública da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), 70% dos casos envolvem celulares. “É um objeto pequeno, fácil de pegar e esconder, além de ser valioso e ter liquidez muito grande, dado que tem uma economia criminosa por trás do roubo dos aparelhos”, explica.

Ao mesmo tempo, Jorge Lordello, especialista em segurança pública e privada, destaca que a ocorrência é alta porque o volume roubado em um dia por apenas um criminoso pode ser alto. “Uma pessoa pode roubar dez ou mais celulares por dia, pois é um item fácil de esconder e cuja ação pode durar apenas 30 segundos”, observa. 

Outro fator que resulta no crescimento dos roubos é a questão socioeconômica. “Quando o número de desempregados é alto, aqueles com índole duvidosa acabam partindo para o crime, impulsionando os casos de roubos e furto (que, inclusive, cresceram 3,36% no período)”, diz.

Para reduzir este índice, ações multidisciplinares são necessárias. A principal, conforme Siena, seria combater o mercado ilegal criado a partir de objetos roubados. “Pensando nos celulares, também é preciso desenvolver tecnologias de bloqueio eficazes, uma vez que as que existem hoje já podem ser burladas pelos criminosos”, completa.

Com acréscimo de dois casos, os homicídios na região aumentaram 13,33% no período. O dado reflete a toada de 2019, com 4,6% assassinatos a mais frente 2018. “Este ano está sendo atípico porque estávamos com decréscimo desta ocorrência desde o início dos anos 2000, mas ainda é muito cedo para indicar se é um ponto fora da curva ou se é uma tendência”, assinala Siena. Para se ter ideia, em 2002, o sétimo mês contabilizou 71 crimes desta natureza – neste ano, foram 17.

A SSP informou que, para conter roubos e furtos, são reunidos os efetivos dos batalhões da região em operações para ampliar a ostensividade em pontos e horários críticos.




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