Política Titulo Mauá
Alaíde volta a privilegiar empresas alvos da PF

Prefeita segue quebrando ordem cronológica de pagamentos; só em junho, foram R$ 2,5 mi

Por Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
14/07/2019 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


O governo da prefeita de Mauá, Alaíde Damo (MDB), voltou a quebrar ordem cronológica de pagamentos para quitar débitos com a empresa do próprio sobrinho e com outras duas firmas que foram alvos da Operação Trato Feito, que culminou com a prisão do hoje prefeito cassado Atila Jacomussi (PSB).

Durante o mês de junho, Alaíde usou do dispositivo, permitido pela legislação para evitar descontinuidade de serviços essenciais, para quitar, ao todo, R$ 2,5 milhões em débitos com a Lara Central de Resíduos Sólidos, de propriedade de Wagner Damo, seu sobrinho, e com as empresas Davi Caminhões e Geométrica Engenharia de Projetos.

De propriedade de Davi Alves de Oliveira, a empresa recebeu, no último mês, R$ 1,7 milhão da administração mauaense. A firma é contratada para locar caminhões à administração para a prestação de serviços de limpeza de vias públicas.

Já a Geométrica, admitida para realizar projetos de obras no município, recebeu R$ 409,5 mil. Nas justificativas publicadas pelo Paço, consta que o pagamento antecipado se dá “para não causar prejuízo à execução de vários projetos necessários aos estudos e revisão para autorização da Caixa Econômica Federal nos repasses de recursos através de convênios do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)”. Já aos pagamentos à Lara, o argumento oficial foi o de “compensação de débitos do ISS (Imposto Sobre Serviços)”.

No relatório da Trato Feito, a PF (Polícia Federal) citou a Davi Caminhões e a Geométrica como integrantes de suposta organização criminosa que pagava propinas a 21 dos 23 vereadores, além de um suplente, e ao então prefeito Atila.

No caso específico da Geométrica, as acusações são as de que 20% do contrato com a empresa “eram destinados ao pagamento de determinados vereadores” e que “há indícios” de que a firma contratava mão de obra indicada por Atila, o que, segundo a PF, indicava “troca de favores”. Já a Davi Caminhões é citada na operação como responsável por pagar propina ao ex-prefeito. Todos negam as acusações.

O Paço não se manifestou sobre o assunto. 




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