Internacional Titulo
Paz entre israelenses e palestinos é viável, diz escritor
Adriana Mompean
Do Diário do Grande ABC
12/01/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


"Há uma luz no final do túnel. Acredito na paz entre israelenses e palestinos. É inevitável e há precedentes históricos que me levam a chegar a esta conclusão", afirma Henrique Rattner, autor da recém-lançada obra Israel e a Paz no Oriente Médio, da editora Nobel.

Para justificar sua crença em um possível acordo de paz nesta explosiva região do planeta, Rattner, que também é docente e pesquisador da FEA-USP e FGV, cita acontecimentos recentes como a paz entre a França e Alemanha, após três guerras que mataram 15 milhões de pessoas, bem como o tratado firmado entre católicos e protestantes da Irlanda.

"No próprio Oriente Médio, podemos citar o documento assinado entre o ex-presidente do Egito, Anwar Sadat, e o então primeiro ministro de Israel, Menachem Begin, além da retirada de 8.000 colonos da Faixa de Gaza", diz.

Para Rattner, o acordo será gradual e o primeiro ponto deverá ser o cessar-fogo do conflito que, em sua opinião, não deverá ultrapassar os próximos 15 dias, devido a condenação internacional do uso desproporcional da força por parte do Estado de Israel, e ainda um enfraquecimento do grupo islâmico Hamas, que não teria mais condições para manter a resistência.

RAÍZES - Entretanto, para que qualquer acordo obtenha sucesso, será necessário negociar alguns pontos fundamentais que remetem às raízes dos conflitos entre israelenses e palestinos quando em 1947, a partilha da Palestina e a criação do Estado de Israel foi decidida pela ONU (Organização das Nações Unidas), em sessão presidida pelo embaixador brasileiro Oswaldo Aranha.

Uma das principais questões é a criação do Estado Palestino, principal pano de fundo dos conflitos, que precisaria ser plenamente reconhecido por seus habitantes e outros países árabes. A medida implicaria na desocupação de todos os territórios ocupados por assentamentos israelenses nos últimos 20 anos.

Outra questão será a negociação sobre Jerusalém, cidade sagrada tanto para muçulmanos, quanto para judeus e católicos. "A aspiração dos árabes-palestinos é que o lugar sagrado de sua religião faça parte de um futuro Estado Palestino", avalia Rattner.

REFUGIADOS - Um último ponto, que deverá estar na mesa de negociação, segundo o autor de Israel e a Paz no Oriente Médio, serão os refugiados. Segundo estimativas, existem pelo menos 2,5 milhões de palestinos que foram obrigados a fugir para países vizinhos devido aos inúmeros conflitos com os israelenses.

"Se criou uma diáspora.Uma parte com certeza vai querer voltar, se for criado o Estado Palestino. Se isso acontecer será preciso angariar investimentos para a criação de infra-estrutura e a abertura de empregos", diz Henrique Rattner.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;