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Instituto Acqua demite 100 funcionários
Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
10/07/2009 | 07:17
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Ari Paleta/DGABC


As demissões políticas nas ONGs que continuam a prestar serviço para a Prefeitura de Santo André mesmo após a saída do PT do poder atingiram seu ápice no mês passado. Somente no que diz respeito ao Instituto Acqua há a confirmação de que 100 pessoas tiveram vínculo empregatício encerrado.

O número, porém, pode ser maior, uma vez que o governo não fechou o balanço para apresentar ao Conselho Municipal de Saúde, em reunião agendada para o fim do mês.

Chegou-se a falar nos bastidores em 200 demitidos. O Sindicato dos Funcionários da Saúde Privada do Grande ABC confirmou metade deste número. "Temos agendado até agora 100 homologações. Faremos 20 por dia, a partir de 15 de julho (quarta-feira)", informou o presidente da entidade, Waldir Tadeu David.

Embora acredite que as demissões estejam relacionadas à retaliação política, David garantiu que o sindicato não tomará atitude porque, segundo ele, "parte deste pessoal será absorvido pelo Instituto Nova (ONG que atualmente presta serviço na área à municipalidade)".

"Tenho certeza de que se trata de uma ação política, pois o Instituto Nova é parceiro do prefeito (o petebista Aidan Ravin). E muita gente que estava no Acqua, segundo o próprio prefeito diz, é ligada ao PT. Está claro que aquele que tiver identidade partidária vai sair", emendou o dirigente.

Confirmado - A Prefeitura de Santo André confirmou as demissões. Ressaltou, no entanto, que ao mesmo tempo em que pessoas ligadas a partidos políticos foram demitidas, outras estão sendo admitidas. O Paço ainda não tem esse número fechado.

Segundo o governo, as admissões e demissões fazem parte do "processo de readequação do plano de trabalho", por meio do qual a Prefeitura tentará reduzir o número de funcionários contratados para a prestação de serviço e, consequentemente, cortar gastos com terceirizados.

Sobre a suposta retaliação política a petistas, o Paço respondeu que a mudança nada tem a ver com filiação partidária de funcionários.

"O anúncio de que haveria mudanças nos quadros ocorre desde a transição de governo. Aqueles que têm a intenção de servir à administração pública, e não a partidos políticos, continuarão a trabalhar. Caso contrário, serão trocados. Não existe retaliação pessoal, política ou partidária. Queremos apenas manter quem está empenhado em desenvolver um bom serviço à população."

O Acqua limitou-se a classificar o processo como uma "realocação de pessoal de acordo com as diretrizes de Saúde da atual administração".

A oposição, formada exclusivamente pelo PT, não digeriu bem as demissões. "Trata-se de uma troca com o simples intuito de lotear cargos para a acomodação de indicações políticas. É uma farra, pior do que os atos secretos do Senado", disparou o presidente municipal petista, vereador Tiago Nogueira.

Ele acredita que o Acqua abrigará boa parte dos contratados irregularmente pelo Nova - por meio da Cooperativa Somativa -, os quais a Justiça obrigou a contratação pelo regime CLT. "Parte já foi absorvida pelo Nova. A outra será contratada pelo Acqua."




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