Setecidades Titulo Expresso Tiradentes
BRT da Capital tem intervalo médio cinco vezes maior que o monotrilho

Expresso Tiradentes é alvo de queixas de usuários; atrasos e lotação são as principais

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
17/05/2019 | 07:00
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 Lançado há 12 anos como alternativa de deslocamento pela Capital, o Expresso Tiradentes, único sistema de BRT (sigla em inglês para sistema de transporte rápido por ônibus) implantado na Capital, tem operado com intervalos que variam de dez a 15 minutos entre a chegada de um ônibus e outro. O tempo é cinco vezes maior do que o previsto na circulação do monotrilho, estimada em 90 segundos. Atualmente, os dois modelos são estudados como alternativa para efetivar a construção da Linha 18-Bronze, que ligará municípios do Grande ABC a São Paulo. A expectativa é a de que a definição ocorra até junho, prazo estipulado pelo governador João Doria (PSDB).

Responsável por transportar diariamente 61 mil passageiros, o Expresso Tiradentes é alvo de queixa por parte dos usuários que utilizam o ramal, por onde circulam seis linhas de ônibus. A principal delas é o alto tempo gasto na espera pelos coletivos. “Você chega a esperar 15 minutos para virem três ônibus na sequência. Não tem uma operação regular”, contou a vendedora Adriana Luz, 33 anos.

Com oito quilômetros de extensão, o Expresso Tiradentes possui três terminais e sete estações. Seu trajeto tem início no Terminal Mercado (Centro) e o corredor se divide em duas variantes: uma em direção ao Terminal Sacomã e outra em direção ao Terminal Vila Prudente.

Ontem à tarde, a equipe do Diário percorreu o modal e constatou a insatisfação dos usuários com o sistema, cujo último trecho foi concluído neste mês, com o início da operação assistida do Novo Terminal Vila Prudente. Outras três paradas (Luís Gama, Cipriano Barata e Ipiranga) previstas no projeto original sequer saíram do papel.

Por volta das 16h, passageiros já disputavam espaço em filas que se formavam ao longo do Terminal Mercado, ponto de partida do corredor para quem sai do Centro em direção à Zona Leste. “Todo dia é assim. Forma essa fila e, do nada, vêm dois ônibus, um atrás do outro. Não tem sentido”, relatou a balconista Cristiane Gomes da Silva, 41. Segundo ela, em dias de chuva, o tempo de espera é maior. Em março, a operação do BRT chegou a ser suspensa, no dia 11, devido ao alagamento do corredor.

A equipe do Diário embarcou, por volta das 17h, em coletivo lotado sentido Terminal Sacomã (Linha 5105-10). Com velocidade média de 25 km/h, o veículo chegou ao destino em menos de 15 minutos – no horário previsto. “Mesmo assim, o Metrô seria melhor opção”, afirmou a dona de casa Ruth Dias, 61.

Por meio de nota, a SPTrans disse que a velocidade média do Expresso Tiradentes em 2018 foi de 41 km/h no pico da manhã, índice similar ao do monotrilho. Sobre as três estações faltantes, não há previsão para implantação.

 

Fala Povo

“Você espera durante a semana de dez a 15 minutos, um tempo similar ao ônibus convencional.”

Elizeu Teles, 73 anos, pintor industrial, morador de São Paulo.

 

“Quando chove, você enfrenta uma série de transtornos com o atraso na circulação dos ônibus.”

Filippe Ferreira, 20, estudante, morador de São Paulo.

 

“Para mim, deveriam ter construído o Metrô ao invés do BRT, principalmente por conta da rapidez.”

Cira Maria Castro, 56, gari, moradora de São Paulo.

 

“No fim de semana já cheguei a esperar 45 minutos, algo inaceitável para um corredor exclusivo.”

Alexandra Silva Costa, 23, feirante, moradora de São Paulo.

 

“Nenhum modelo substitui a qualidade e rapidez do Metrô, que tem uma pontualidade todos os dias.”

Pablo Rindeiku, 17, estudante, morador de São Paulo.

 

“O BRT é um modelo rápido, mas com atrasos na sua operação, e que causam transtornos.”

Maria Vanessa Moreira, 30, auxiliar de vendas, moradora de São Paulo.




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