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Monotrilho é modal com maior atração para abandono do carro

Estudo de professores da Fatec Zona Sul aponta que capacidade do BRT é considerada baixa

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
11/05/2019 | 08:40
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Denis Maciel


 O monotrilho e o Metrô são os modais com maior capacidade de atração do usuário de transporte individual para o coletivo. É o que aponta estudo publicado em 2016 pelos professores da Fatec (Faculdade de Tecnologia) Zona Sul, em São Paulo, Alex Macedo de Araújo e Moacir de Freitas Junior. Na análise, os autores observam que a capacidade de atração do BRT (sigla em inglês para sistema de transporte rápido por ônibus) é baixa.

O governo de São Paulo deve anunciar em junho se será o monotrilho ou o BRT o modal escolhido para a construção da Linha 18-Bronze, ramal que vai ligar a estação Tamanduateí, na linha 2-Verde, com o Centro de São Bernardo, passando por São Caetano e Santo André.

“A capacidade de atração do monotrilho é alta porque esse modal não enfrenta problemas como o BRT, de dividir a via com pistas de rolagem de veículos, por exemplo. Utiliza uma via segregada, sem interferência do tráfego”, citou Araújo, mestre e professor de gestão de tráfego urbano e coordenador do curso de logística na Fatec Zona Sul.

Entre as vantagens do monotrilho, o professor também apontou os horários programados, com pequenos intervalos entre partidas e velocidade constante, garantindo pontualidade; maior capilaridade e integração com outros modais de transporte como trem, terminais de ônibus e ciclovias; segurança dentro das estações; maior capacidade de passageiros do que o BRT e custo fixo mais baixo do que o de veículos individuais, com seguro, manutenção, gasolina, período no trânsito, tempo para estacionar etc.

“Existem, também, algumas dificuldades. A tecnologia ainda é pouco utilizada no País, o que resulta na escassez de empresas especializadas que lidem com a infraestrutura e com a tecnologia em si de modo eficiente”, ponderou Araújo. Para o professor, no entanto, o lobby de setores como construção civil e empresas de ônibus barra a entrada destas companhias no mercado, de forma a não ter atores diferentes competindo no setor.

“O monotrilho é o mais próximo que temos do Metrô, sendo que o custo de implantação é menor, e o tempo de conclusão da obra também é inferior”, relatou Araújo. Ele afirmou, ainda, que a diferença de custo para a construção de um sistema de monotrilho e de um BRT não é tão grande, o que, por si só, não justificaria a troca do modal. “É mais barato do que construir novas avenidas”, pontuou.

O professor também apontou que um monotrilho tem menos impacto na paisagem urbana, com ciclo de vida que pode chegar a até 40 anos, enquanto o BRT tem tempo médio de uso de 20 anos.

Além disso, o projeto executivo do monotrilho, licitado desde 2014, prevê que o sistema funcione por meio de energia elétrica, sendo não poluente e silencioso. Cada trem utilizado tem capacidade de retirar de circulação entre dez e 12 ônibus e 500 veículos.

O estudo Smart Cities, da agência de pesquisa de mercado e inteligência Hello Research, realizado em parceria com a startup Tupinambá e a SMPED (Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência) da prefeitura de São Paulo, identificou que o brasileiro passa, em média, duas horas e 40 minutos no trânsito. “Um transporte mais ágil, para um deslocamento mais rápido e de qualidade, é um anseio do trabalhador”, pontuou o presidente da agência, Davi Bertoncello.  




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