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Ginasta Diego Hypolito assume homosexualidade

Medalhista de prata nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro resolve abrir o jogo

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
08/05/2019 | 15:52
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Reprodução/Instragram


O andreense Diego Hypolito, ex-atleta de São Bernardo, assumiu publicamente nesta quarta-feira (8) que é homossexual. Em entrevista ao UOL, o ginasta disse que teve certeza da sua opção sexual durante período com a Seleção Brasileira, em Curitiba, quando tinha 19 anos. Na ocasião,  tomou coragem e assumiu o fato ao ex-ginasta Michel Conceição durante a concentração.

Medalha de prata nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, Diego disse que demorou para assumir sua opção sexual por conta do preconceito da sociedade e também dentro da ginástica. "Eu vivi a solidão de não ter ninguém com quem eu pudesse compartilhar os dilemas de ser uma pessoa gay numa sociedade preconceituosa. Por mais que todo mundo tenha a impressão de que tem muito gay na ginástica, não tem. Todo mundo me zoava, zombava do meu jeito", declarou, ao UOL.

Aos 32 anos, o andreense assume que passa há muitos anos por terapia e que está mais maduro para assumir sua opção sexual. "Foram anos e muita terapia, além da proximidade com outras pessoas gays, para que eu chegasse nesse ponto de ter a coragem de falar abertamente sobre a minha sexualidade. Acho que meu exemplo pode fazer com que muitos garotos que hoje estão sofrendo deixem de sofrer. Muitos não se aceitam como são ou não são aceitos pela família e têm pensamentos suicidas por não conseguirem corresponder às expectativas dos outros", comentou o ginasta que revelou sua opção a mãe apenas em 2014.

Recentemente, motivado pelas denúncias contra o ex-técnico Fernando de Carvalho Lopes, acusado de assédio sexual por mais de 40 ginastas, o andreense revelou ter sido vítima de bullying quando criança e ainda treinava no Flamengo, no Rio de Janeiro. "Eles me faziam ficar pelado e pegar com o ânus uma pilha com pasta de dente em cima. Nesse dia tive um ataque epilético e não consegui terminar a prova. Depois, a gente colocava, ainda com o ânus, a pilha dentro de um buraquinho do tênis. Se caísse fora, voltávamos e fazíamos a prova de novo. Fiquei muito nervoso com a situação, me deu desespero”, revelou.




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