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Córrego desbarranca e deixa casas sob risco em Sto.André
Por Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
10/09/2005 | 07:42
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O motorista Ademir Alves Cruz, 57 anos, está vendo o quintal de sua casa desmoronar. O drama começou esta semana, quando uma seqüência de chuvas fortes, com direito até mesmo a granizo, derrubou quase que por completo uma faixa com cerca de 50 metros de extensão do talude que sustentava o córrego do Apiaí, na Vila Helena, em Santo André.

Problema é que a casa do seo Ademir, na rua Solimões, dá fundos para o curso d'água. São menos de 2 metros que separam a cerca improvisada da vala com quase dez metros de profundidade. Mas nem sempre foi assim. Até o ano passado, a residência, assim como várias outras da rua Solimões, ficava a cerca de 20 metros do córrego do Apiaí.

Em março deste ano, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) deu início à canalização do córrego, atendendo a uma demanda apontada pelos moradores da Vila Helena durante as reuniões para a discussão do orçamento participativo, no ano passado. Na ocasião, até mesmo o motorista Ademir foi favorável à realização da obra.

A canalização se estendeu por uma faixa de 130 metros. Durante os trabalhos, o curso do braço d'água foi desviado em outros 50 metros. É justamente esse o trecho localizado ao fundo da casa do seo Ademir, que hoje está desmoronando. A princípio, a vala corria a cerca de 5 metros das casas. Com as chuvas, a distância foi encurtada para 2 metros.

"Os temporais levaram até as estacas que o pessoal estava usando na obra e a vala afundou uns dois metros. Tem que ver a força da água que passa por aqui. Se nada for feito, daqui a pouco não vai sobrar nada. Nossas casas vão ser engolidas pelo córrego", afirma o motorista. Preocupado, outro vizinho da vala chegou a chamar a Defesa Civil.

"Preciso saber se isso aqui não está trazendo risco para a gente", afirma o agente de segurança Valdecir Jesus Mendes, 41 anos. Há dez anos ele mora com a família na rua Solimões. Com receio, ele chegou inclusive a construir um muro de arrimo nos fundos de sua casa. "Na época, estavam aparecendo algumas rachaduras na parede", afirma Mendes.

O Semasa admitiu o desmoronamento das paredes do córrego do Apiaí e afirmou que, a partir de segunda-feira, dará início às obras de contenção com escoramento e reaterro do talude do braço d'água que desmoronou. A autarquia, no entanto, afirma que não irá canalizar o trecho problemático, pelo menos por enquanto.

"Eu já tinha procurado a Prefeitura de Santo André e eles me disseram que o projeto da obra (que deve ser concluído em novembro, ao custo de R$ 800 mil) não previa a canalização desse pedaço. Agora, com todos esses problemas, a gente fica na mão", afirma o motorista Ademir Cruz. O temor dos moradores é com o início da temporada de chuvas. Se nada for feito no local, o problema pode piorar.

Segundo a Semasa, a extensão da canalização do córrego do Apiaí deverá ser discutida apenas no fim do ano, durante reuniões para definição do orçamento participativo de 2006.




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