Setecidades Titulo Combate às enchentes
Daee conclui limpeza de 13 piscinões

Número equivale a 68% dos reservatórios sob competência do órgão estadual na região

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
31/10/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 Às vésperas do verão, período conhecido pelas fortes chuvas em todo o Estado de São Paulo, o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) afirma ter concluído a limpeza de 13 dos 19 piscinões do Grande ABC, o equivalente a cerca de 68% do total de reservatórios sob a responsabilidade do órgão, presentes em cinco das sete cidades – não há equipamentos em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Realizada desde 2011 pelo Estado na tentativa de auxiliar municípios da Região Metropolitana com dificuldades orçamentárias, a manutenção dos piscinões teve, neste ano, seu cronograma adiantado após série de críticas em 2017.

Na época, faltando apenas três meses para o início do período de chuvas, parte dos reservatórios apresentava péssima condição de limpeza. A ação foi, inclusive, alvo de cobrança por parte do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, que acompanhou o processo de retirada de sedimentos, ao Daee.

Ontem, a equipe do Diário percorreu seis piscinões da região, sendo que em dois deles foi encontrado acúmulo de sujeira: Faculdade de Medicina (Santo André), no Sacadura Cabral, onde a limpeza começou ontem, e Sônia Maria (Mauá), no bairro de mesmo nome, cuja remoção de detritos ocorreu uma vez neste ano.

Responsáveis por auxiliar no trabalho de combate às enchentes, os piscinões receberam, nos últimos meses, serviços de roçada, manutenção de bombas e retirada de detritos. As atividades, iniciadas em dezembro do ano passado, foram realizadas por empresa terceirizada contratada pelo órgão ao custo de R$ 41 milhões.

A cidade cujos serviços estão mais adiantados é São Bernardo. Sete dos dez tanques situados no município já receberam o desassoreamento. No entanto, moradores têm reclamações em relação à eficiência do serviço executado. “Não basta vir aqui duas vezes no ano. O mato cresce rápido e, neste período, já está alto novamente”, afirma a dona de casa Ruth Dias da Silva, 48 anos, vizinha do piscinão Mercedes Pauliceia, em São Bernardo.

O mesmo problema é enfrentado pela vendedora Edna Perez, 43. que reside em frente ao reservatório do Jardim Sônia Maria, em Mauá. “Eles só ficaram um mês limpando. O fato é que não chove apenas uma vez no ano. Deveria ter limpeza regularmente”, pondera.

Na análise do especialista mestre em Tecnologia Ambiental e docente da FSA (Fundação Santo André) João Carlos Mucciacito, a cobrança feita por moradores tem fundamento. Para ele, além de acarretar na capacidade de armazenamento dos tanques, a presença de assoreamento pode impactar também no funcionamento dos reservatórios. “Se esses detritos forem sugados pelas bombas hidráulicas, esses equipamentos, a médio prazo, podem queimar”, explica.

Segundo o engenheiro civil e especialista em recursos hídricos e saneamento Júlio Cerqueira César Neto, para evitar transtornos é necessário que prefeituras e o Estado invistam em projetos de micro e macrodrenagem. “Caso contrário, no próximo ano vamos sofrer com as enchentes registradas em 2009 e 2010”, avalia.

Atualmente, equipes de manutenção contratadas pelo Daee atuam na remoção de sedimentos em quatro piscinões. São eles: Petrobras (Mauá), Chrysler (São Bernardo), São Caetano e Faculdade de Medicina (Santo André). Para o próximo mês, está prevista a limpeza dos reservatórios Praça dos Bombeiros e bairro Taboão, ambos em São Bernardo.

De acordo com o Daee, o atual contrato de manutenção de 25 tanques da Bacia do Tamanduateí, incluindo 19 na região, deve ser renovado em dezembro.




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