Política Titulo Eleições 2018
‘Cabeças pretas’ do PSDB pregam adesão a Bolsonaro

Ala jovem do tucanato se antecipa e pede voto ao presidenciável do PSL, entre eles Morando e Paulo Serra; sigla discute futuro hoje

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
09/10/2018 | 07:00
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A executiva nacional do PSDB se reúne hoje à tarde, em Brasília, para discutir o posicionamento da legenda sob pressão do grupo chamado ‘cabeças pretas’, formado pela nova geração de tucanos. Essa ala já se antecipou e declarou apoio ao presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, que disputa o segundo turno contra Fernando Haddad (PT).

Ontem, integrantes desse bloco no tucanato no Grande ABC se anteciparam e avisaram que vão votar em Bolsonaro. “Ele será meu candidato. O PSDB e eu sempre militamos contra o PT. Não tem o menor cabimento apoiar alguém do PT. E meu silêncio poderia representar algum aceno (ao petismo), algo que não posso permitir”, disparou o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB).

A avaliação foi semelhante do prefeito Paulo Serra (PSDB), de Santo André. “Eu vou votar no Bolsonaro. Temos discordâncias, muitas (eu diria), de opinião, posicionamento, mas essas discordâncias são muito menores do que as discordâncias com o PT. Como estamos no segundo turno são duas opções: a gente vai optar pelo 17”, comentou. “Então, nós não apoiaremos de forma nenhuma o PT.”

Candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Doria declarou, ainda na noite de domingo, seu voto em Bolsonaro, dizendo que se coloca como político que irá combater o PT. Entretanto, a cúpula do tucanato nacional tem restrições ao embarque na campanha do deputado federal do PSL. Entre os temerosos está o atual presidente da sigla e candidato derrotado à Presidência da República, Geraldo Alckmin.

Para Morando, essa passividade foi decisiva para que Alckmin tivesse desempenho pífio nas eleições – ele recebeu só 4,76% dos votos válidos, terminando a corrida presidencial na quarta colocação, apesar do maior tempo de TV.

“Não tem mais cabimento o PSDB ser um partido de cúpula. O maior erro foi não punir o Aécio (Neves, PSDB, deputado federal eleito por Minas Gerais e flagrado em escutas telefônicas negociando recursos com a JBS). O silêncio causou danos. Depois, não avaliou o impacto de participar do governo do Michel Temer (MDB). Por isso, defendo que haja antecipação da eleição para presidente do PSDB”, solicitou Morando. O pleito aconteceria no fim do ano que vem. “O bom-senso seria ele (Alckmin) sair (da presidência nacional do partido). Sem dúvidas é hora de os ‘cabeças pretas’ dirigirem o comando do partido, ou o PSDB vai se esfacelar.”

Em meio ao clima bélico nos bastidores, Doria buscou minimizar conflitos com Alckmin publicamente. Alçado à política pelas mãos de Alckmin, quando se elegeu prefeito da Capital em 2016, Doria fez movimentos contrários ao antigo padrinho político, fomentando a chapa Bolsodoria ainda no primeiro turno. “Conversei com Geraldo Alckmin e manteremos a relação tão boa como sempre foi”, declarou Doria, ao jornal O Estado de S.Paulo. Diferentemente do atual governador do Estado, Márcio França (PSB), Doria não visitou Alckmin na noite de domingo, após a divulgação dos resultados eleitorais. (Colaborou Aline Melo)
 




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