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Pólo conclui projeto para água de aplicação industrial
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
11/10/2003 | 00:07
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Um grupo de 11 empresas do Pólo Petroquímico de Capuava deve definir até o fim do ano como resolverá um problema crônico para essas empresas: a escassez de água com qualidade para o uso industrial a um custo competitivo. Uma das opções é um projeto desenvolvido por esse grupo, intitulado Aquapolo, e orçado atualmente em R$ 40 milhões, que teve seu plano de engenharia concluído neste mês. Visa a captação do insumo por meio de 28 km de dutos ligando o pólo ao rio Tietê, em Suzano. Outra alternativa seria acertar com a Ecosama, concessionária dos serviços de coleta e tratamento de esgotos de Mauá, para receber água de reúso dessa companhia.

As empresas do pólo utilizam a água captada do rio Tamanduateí, altamente poluído, e precisam misturar água potável para obter um insumo em condições de uso industrial. "Não dá para conviver muito tempo com essa solução, que é cara e desconfortável", disse o diretor de novos negócios da PqU (Petroquímica União), Jorge Rosa.

O Aquapolo já demandou R$ 1,8 milhão em investimentos, a maior parte (R$ 1,5 milhão) com o projeto de engenharia, além de licenciamentos ambientais e gastos com compensações (plantio de árvores). Segundo Rosa, faltam pequenas pendências. "Temos condições de iniciar as obras em dois meses".

Mas ainda se discute a alternativa do reúso. Rosa disse que há conversações adiantadas em relação a questões técnicas com a Ecosama e também com a Sabesp. "Estamos em um ponto de conversação comercial". Segundo ele, se o reúso for da mesma grandeza (do investimento exigido), a médio e longo prazo é uma solução que pode ser ambientalmente mais interessante, devido ao problema de falta de água potável em São Paulo.

O diretor geral da Ecosama, Dagoberto Antunes da Rocha, disse que está próximo de acertar com a Caixa Econômica Federal um empréstimo para iniciar em 2004 a construção de uma estação de tratamento de esgoto em Mauá, que poderá atender o pólo com água de reúso para o resfriamento de caldeiras e outras aplicações industriais. Seria um financiamento de R$ 55 milhões e, mais a contrapartida da empresa, sairia por R$ 75 milhões. "Vou fazer a coleta e tratamento de esgoto em sete anos, que é o compromisso (da concessão). Se acertar com pólo, faço em três anos", disse Rocha.

Em relação ao projeto da Sabesp, o executivo da PqU afirmou que há dificuldades institucionais, já que a água tratada teria de passar por três municípios do Grande ABC (São Caetano, Santo André e Mauá) e seria preciso autorização de cada um deles. A assessoria de imprensa da empresa estadual informou que a companhia não iria falar sobre a negociação.




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