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Mauá quer tratar esgoto em 5 anos
Samir Siviero
Do Diário do Grande ABC
06/03/2003 | 22:28
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A Ecosama (Empresa Concessionária de Saneamento de Mauá) iniciou na quinta-feira a operação dos serviços de esgoto de Mauá e pretende, em cinco anos, ter praticamente 100% do esgoto da cidade tratado. Atualmente, Mauá coleta esgoto de 78% das residências e joga tudo nos córregos e rios da cidade. O contrato de concessão prevê a administração do sistema por 30 anos e um investimento de cerca de R$ 140 milhões.

Um dos principais trunfos da Ecosama para acelerar a construção de coletores-tronco, redes domiciliares, interceptores e a estação de tratamento de esgoto é vender água de reúso para o Pólo Petroquímico. Além disso, a concessionária administrará a cobrança das taxas de água e esgoto – que era atribuição da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) –, repassará a verba da taxa de água para a Sama e investirá o dinheiro do esgoto na construção da rede.

Com o dinheiro da venda da água de reúso e do recolhimento das taxas de esgoto, o diretor-geral da Ecosama, Dagoberto Antunes da Rocha, disse que a concessionária conseguirá financiamentos para investir no tratamento de esgoto da cidade. Com essa coleta e tratamento, o rio Tamanduateí deixará de receber o esgoto do município. “Uma das coisas mais importantes é o fato de deixarmos de jogar o esgoto no rio Tamanduateí porque, como estamos na cabeceira, vamos ter um rio limpo”, disse Rocha.

Parte do esgoto coletado será reutilizado e vendido ao Pólo e outras empresas interessadas. O restante deve ser levado para tratamento na ETE-ABC (Estação de Tratamento de Esgoto), que fica em São Paulo, na divisa com São Caetano. “Isso vai depender da quantidade de água de reúso que vamos comercializar e até de estudarmos se não é viável tratar o esgoto em Mauá mesmo. Se tudo caminhar como pensamos, em cinco anos teremos quase 100% do esgoto da cidade tratado”, afirmou Rocha.

Nos próximos 90 dias, a Ecosama terá uma fase de transição da administração. Mas aindana próxima semana será apresentado o projeto de como devem ser conduzidas as obras.

“Em 1997 foi feito um diagnóstico do que seria necessário para tratar do esgoto da cidade. Somente com o arrecadamento da Sama não teríamos como fazer esses investimentos. A saída, então, foi criar essa concessão. Com uma empresa privada, com sede em Mauá, ficaria mais fácil conseguir financiamentos para tratar o esgoto”, explicou o superintendente da Sama, José Carlos Soares do Carmo.

Agência – Para controlar toda a negociação entre a Sama e a Ecosama, os serviços prestados e as taxas cobradas, foi criada a Arsae (Agência de Regularização do Serviço de Saneamento), que fiscalizará a atuação da Sama e da concessionária. “Todas as demandas do município estão elencadas no contrato de concessão e a agência vai apenas fiscalizar o cumprimento disso”, disse o superintendente. Caso haja pedido de aumento na taxa de água ou esgoto, por exemplo, a decisão cabe à Arsae.

Como a medição, cobrança e administração das taxas de água e esgoto ficarão por conta da Ecosama, a concessionária pretende contratar os funcionários da Sama. “Não haverá demissões, até porque vamos manter a mesma estrutura. Até mesmo os funcionários terceirizados que fazem a medição devem ser aproveitados pela Ecosama”, explicou Carmo.

A Ecosama foi criada pela empresa baiana Gautama, que venceu a concorrência no fim do ano passado. Na concessão havia a exigência de a empresa ter sede em Mauá e por isso foi constituída a Ecosama.




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