Política Titulo Mauá
Donisete e Atila aumentam seus bens entre 2012 e 2016

Período compreende foco da Operação Prato Feito, da PF, que teve dupla mauaense como alvo

Por Junior Carvalho
Diário do Grande ABC
28/05/2018 | 07:00
Compartilhar notícia
Montagem/DGABC


Alvos de Mauá na investigação da PF (Polícia Federal) que culminou com a Operação Prato Feito, o prefeito afastado Atila Jacomussi (PSB) e o ex-prefeito Donisete Braga (ex-PT, atual Pros) registraram acréscimo patrimonial entre 2012 e 2016, justamente o período no qual a PF aponta que houve diversas irregularidades nos contratos da merenda e uniforme escolares pelo Estado.

Levantamento feito pelo Diário junto às prestações de contas apresentadas por Atila e por Donisete nas eleições de 2012 e 2016 mostra que o socialista viu crescer o patrimônio de R$ 652 mil para R$ 1,31 milhão (alta de 101,8%), enquanto o ex-petista, que em 2012 contabilizava R$ 878 mil em posses, declarou ter R$ 1,18 milhão quatro anos depois (alta de 35,1%).

Em 2012, Donisete se elegeu prefeito no segundo turno, com apoio de Atila. Dois anos depois, Atila conquistou uma cadeira na Assembleia Legislativa para, em 2016, enfrentar Donisete na eleição municipal e derrotar o antigo aliado.
Segundo a PF, Donisete tinha relação suspeita com o dono da Le Garçon, fornecedora de merenda para a Prefeitura de Mauá – contrato assinado por Donisete. Interceptação telefônica mostrou que Fábio Favaretto Mathias teria pago viagem do ex-petista para a Disney, com toda sua família, e que a excursão custou a ele US$ 30 mil. Favaretto ainda declarou ter dado celulares, tênis de corrida e vinhos.

Ainda conforme relatório da PF, Atila seria o destinatário final de um esquema supostamente liderado por seu ex-secretário de Governo João Gaspar (PCdoB) na época em que ele era deputado estadual e Gaspar, seu assessor na Assembleia. Atila foi preso em flagrante no dia 9 por ter R$ 87 mil em espécie sem justificativa em sua casa. Gaspar também foi detido com quase R$ 600 mil em dinheiro vivo, mais 3.000 euros.

Questionada, a assessoria de Atila alegou que o patrimônio do prefeito é “declarado anualmente em Imposto de Renda”. “Os valores também foram informados à Justiça Eleitoral, que aprovou todas as contas de Atila Jacomussi desde então”. Donisete não respondeu aos questionamentos do Diário.

ASCENSÃO - Chefe do Paço de Mauá entre 2013 e 2016, Donisete iniciou na vida pública em 1996, quando concorreu, com sucesso, ao cargo de vereador. A Justiça Eleitoral não divulga esse tipo de dado referente aquele pleito. Porém, em 2002, sua primeira eleição como deputado estadual, ainda no petismo, declarou possuir R$ 156 mil em bens.

Quase 15 anos depois, após cumprir quatro mandatos consecutivos e no cargo de prefeito de Mauá em busca de reeleição, os bens de Donisete saltaram para R$ 1,86 milhão – aumento de 660% .

Já Atila viu seu patrimônio crescer em 12 anos. Nas eleições de 2004, quando o hoje prefeito de Mauá disputou, pela primeira vez a vaga de vereador do município, não declarou seu patrimônio à Justiça Eleitoral. No pleito de 2016, informou possuir patrimônio total de R$ 1,3 milhão. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;